Bisbilhoteiros

Ao expor a “Abin paralela” dos Bolsonaro, o País ganha a oportunidade de redefinir o sistema de inteligência

Imagem: Geraldo Magela/Ag. Senado

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Em outubro de 2022, uma assessora do vereador carioca Carlos Bolsonaro mandou uma mensagem escrita ao celular de uma colaboradora do delegado federal Alexandre Ramagem. Este havia sido segurança de Jair Bolsonaro na campanha de 2018, passara o réveillon daquele ano com Carlos e, logo após a posse do capitão na Presidência da República, em 2019, fora alçado ao comando da Agência Brasileira de Inteligência. Em 2022, concorreu a deputado pelo Rio de Janeiro e elegeu-se. Na mensagem a Priscilla Pereira e Silva, enviada após o primeiro turno da última eleição, Luciana Paula de Almeida identificava-se como assessora de Carlos e desejava sucesso “nesta nova etapa de sua vida”. Empossado deputado em fevereiro de 2023, Ramagem logo nomeou Priscilla como secretária parlamentar. “Muito obrigado, Luciana!”, ela havia respondido às 8h24 de 9 de outubro de 2022. “Agora vamos eleger o nosso Presidente Bolsonaro (no segundo turno).”

A Polícia Federal não tem pressa em ouvir Carluxo ou Ramagem sobre a arapongagem

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3 comentários

José Carlos Gama 2 de fevereiro de 2024 20h52
A excelente reportagem do André, fica evidente a criação nada fantasma da abin paralela cujos abusos estão expostas em todas as midias, diante disso, faz-se necessário aplicação da lei por parte do STF como orgão guardião da lei para todos inclusive para famílias mal intencionadas.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 3 de fevereiro de 2024 12h26
Novamente a saudade do ex-capitão e sua turma pelos anos 70: tentiva de ressuscitar o finado SNI, de tristíssima memória. Aliás, sepultado por Fernando Collor, de quem Calheiros foi ministro da Justiça.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 7 de fevereiro de 2024 03h56
Isso tudo nos faz lembrar da dupla Spy x Spy da antiga revista Mad, e a lista de autoridades e cidadãos monitorados pelo esquema bolsonarista clandestino de arapongagem parece hilário mas funcionou desde o início do governo e dados sigilosos dos perfis privados de pessoas públicas e privadas deveriam estar a mercê desses agentes inescrupulosos ligados ao ex presidente com qual propósito? Chantagear e descobrir os próximos passos de investigações policiais e judiciais que pudessem comprometer, principalmente o núcleo do clã da família Bolsonaro. Autoridades de alto escalão, sindicalistas, esquerdistas, trabalhadores, ninguém escapava da sanha curiosa a fim de se ter o controle e busca de informações que pudessem comprometer essas pessoas. Uma verdadeira polícia secreta clandestina paralela a polícia oficial com fins criminosos. Uma espécie de sociedade panóptica dentro do Estado a fim de beneficiar um projeto político que tinha o interesse de desestruturar o Estado e fazer ruir as instituições democráticas com a finalidade de perpetuação no poder do país.

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