O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou o bloqueio de 835 mil reais do ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A decisão decorre da investigação que levou a Polícia Federal a deflagrar, com o aval de Barroso, uma operação sobre supostos desvios de recursos federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, a Codevasf, comandada pelo Centrão.
Um dos alvos da PF é Luanna Rezende, irmã de Juscelino e prefeita de Vitorino Freire (MA). Ela foi afastada do cargo por ordem de Barroso.
A investigação começou em 2021. A operação desta sexta é a terceira a ser executada contra suspeitos de fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva.
A PF investiga se uma parte dos recursos destinados a Vitorino Freire foi usada para asfaltar uma rodovia que leva a uma fazenda da família de Luanna e Juscelino.
A empresa responsável pelo asfaltamento, a Construservice, firmou três contatos com a Codevasf para obras em 12 cidades maranhenses entre 2019 e 2021. Os acordos chegam a 15 milhões de reais.
Apesar de mandar bloquear recursos de Juscelino, Barroso negou um pedido da PF para realizar busca e apreensão no apartamento funcional do ministro, em Brasília.
Ainda assim, Juscelino é investigado pela PF, que entende haver elementos de desvio do dinheiro de emendas parlamentares. Barroso, por sua vez, não viu indícios concretos de atuação direta de Juscelino a justificar busca e apreensão. O magistrado avalia, porém, ser necessário aprofundar a apuração.
Em nota, a defesa de Juscelino negou qualquer irregularidade e disse que a atuação do ministro “tem sido pautada pelo interesse público e atendimento da população”.
A Codevasf informou ter demitido um funcionário a partir de apurações internas. “A Companhia mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações — e continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça”, diz o comunicado.
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