Barroso diz que Bolsonaro tem discurso vazio, limitações cognitivas e baixa civilidade

Presidente do TSE rebateu novas insinuações do ex-capitão sobre o sistema eleitoral brasileiro: 'Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta'

Luís Roberto Barroso e Jair Bolsonaro. Fotos: Roberto Jayme/TSE e AFP

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, respondeu as novas insinuações do presidente Jair Bolsonaro sobre a confiabilidade no sistema eleitoral brasileiro.

Na última semana, durante sua live semanal e em entrevistas, o ex-capitão afirmou que o sistema “não é de confiança de todos nós ainda”.

“A máquina, tudo bem, a máquina não mente. Mas quem opera é um ser humano. Então ainda existem muitas dúvidas no tocante a isso e a gente espera que nos próximos dias a gente tire essa dúvida”, acrescentou.

Neste domingo 13, em entrevista ao jornal O Globo, Barroso garantiu que o TSE “assegurará eleições livres, limpas e seguras” e que os ataques de Bolsonaro são “uma retórica repetida” e “um discurso vazio”.

Na sexta-feira 11, o tribunal chegou a rebater o presidente, que disse que as Forças Armadas levantaram “possíveis vulnerabilidades do sistema”. Em nota, o TSE disse que “as declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido”.

O texto ainda diz que “o pedido do representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral foi protocolado próximo do recesso, quando os profissionais das áreas técnicas fazem uma pausa”. Com a volta aos trabalhos, explica a Corte, “o conteúdo começou a ser elaborado e será encaminhado nos próximos dias”.


Ao O Globo, Barroso afirmou que “quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que ele pretende adotar”.

“Ele antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades. Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta”, completou.

O magistrado classificou ainda o comício do presidente na porta do quartel-general do Exército, os tanques na Praça dos Três Poderes e a manifestação do 7 de setembro com discursos golpistas de desrespeito a decisões judiciais e ataques a ministros como fruto das “limitações cognitivas e baixa civilidade” de Bolsonaro.

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