Política

Barroso acompanha Moraes parcialmente e vota para condenar primeiro réu do 8 de Janeiro

Com o voto do ministro, o STF forma maioria para condenar Aécio pelos crimes de dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado

Ministro Roberto Barroso profere seu voto no julgamento da Ação Penal (AP) 1060, que tem como réu Aécio Lúcio Costa Pereira, acusado de participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O ministro Luís Roberto Barroso votou, nesta quarta-feira 14, por condenar o réu Aécio Lúcio Costa Pereira, acusado de participar dos atos golpistas do 8 de Janeiro.

“Os fatos e os danos ocasionados pelo atos do 8 de Janeiro são incontroversos e os prejuízos estão devidamente documentados e comprovados nos autos”, disse o ministro. “A autoria do réu também está bem comprovada, que aderiu dolosamente a essas condutas.”

O ministro votou pela condenação do réu pelos seguintes crimes:

  • golpe de Estado;
  • dano qualificado;
  • deterioração do patrimônio tombado; e
  • associação criminosa armada.

O total das penas aplicadas chega a 10 anos de prisão, com cumprimento inicial no regime fechado.

Barroso concordou com o voto de Alexandre de Moraes sobre crimes praticados por multidão.

“Estamos diante de crimes multitudinários cometidos sobre a influencia da multidão com um objetivo comum”.

O ministro divergiu do voto do relator sobre a aplicação dos crimes abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

“Na minha visão, o crime de tentativa de golpe de Estado absorve o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, explicou.

A posição de Barroso é semelhante da apresentada pelo ministro André Mendonça, que entendeu se tratar de um único crime.

Com o voto de Barroso, a Corte forma maioria para condenar Aécio pelos crimes de dano qualificado e
deterioração do patrimônio tombado. Quanto aos demais crimes, ainda não há consenso sobre a responsabilização.

Barroso ainda aproveitou sua fala para trazer a dimensão do perigo trazido pelo atos golpistas.

“Não considero de pouca monta o risco que nós corremos e o esforço que foi preciso fazer para evitarmos que voltássemos a esse tempo que eu acabo de descrever”, disse.

“A democracia brasileira correu o risco real e o 8 de Janeiro foi a parte mais visível da historia que transitou pelo subterrâneo e que ainda vamos conhecer integralmente”, completou.

Até o momento seis ministro apresentaram seus votos, mas ainda não há consenso para a aplicação das penas. Os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Cristiano Zanin votaram pela condenação nos todos os crimes, enquanto Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e André Mendonça consideraram que algumas das acusações não foram comprovadas.

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