Política

As perspectivas de retomada da parceria entre Brasil e África, segundo Lula

Após encontro com embaixadores africanos, o governo brasileiro definiu setores que terão destaque na nova etapa da aliança

Foto: Ricardo Stuckert
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Em encontro no Palácio do Itamaraty no Dia Mundial da África, o presidente Lula (PT) declarou que o governo deve ampliar a presença de empresas brasileiras de diversos segmentos no continente, como forma de estreitar as relações.

Ainda neste ano deve ocorrer uma reunião entre o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e ministros da Agricultura de países africanos para tratar do combate à fome e do desenvolvimento agrícola.

As medidas resultam das discussões no seminário Brasil-África: Relançando Parcerias, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores e encerrado nesta quinta-feira 25. 

“Nossas regiões têm forte interesse na reforma da governança global. As instituições atuais refletem um mundo de oito décadas atrás”, ressaltou Lula, após o almoço com representantes de embaixadores africanos. 

A ideia é que essa cooperação política se dê também por meio de iniciativas globais, como no âmbito da ONU, visando a renovação da “Década Internacional de Afrodescendentes”. O objetivo é unir países a fim de criar um plano de medidas para buscar justiça racial. 

“O ano de 2024 marca o fim da Década Internacional de Afrodescendentes convocada pela ONU. Sua implementação, no Brasil, foi comprometida pelo descaso das autoridades”, ponderou Lula. “Vamos propor a prorrogação da iniciativa na próxima Assembleia-Geral.”

A reivindicação pela manutenção da iniciativa ocorre também após os ataques racistas ao jogador Vinicius Jr. Lula fez uma menção ao caso e afirmou que “não toleraremos racismo nem contra brasileiros, nem contra africanos no Brasil”. 

Além disso, a parceria deve reforçar a defesa de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, com a presença de mais países em desenvolvimento.

Atualmente, dos quinze membros do Conselho, cinco são permanentes. Com isso, somente China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia podem vetar uma decisão diante da comunidade internacional.

Outro ponto-chave na nova aliança são as cooperações econômicas. Ainda no âmbito internacional, Lula pretende usar a presidência temporária do G20 para facilitar o ingresso de mais países africanos ao grupo, que discute estratégias de estabilização do mercado financeiro global.

“Já contamos com a participação da África do Sul, mas a representatividade do grupo pode ser ampliada com o ingresso da União Africana e de outros países do continente”, disse o presidente.

Outra instituição que o governo brasileiro pretende unir ao continente africano é o Brics. O bloco tem em sua formação a África do Sul, mas Lula deseja “que o Banco dos Brics se consolide como alternativa de financiamento” e fortaleça “o engajamento com o Banco Africano de Desenvolvimento”.

Por fim, é esperada a ampliação da presença brasileira em países africanos, com escritórios locais de empresas e entidades como a Embrapa, a Apex, o Senai e a Fiocruz, além da abertura de embaixadas e centros culturais. 

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