As condições de Marina Silva para apoiar Lula nas eleições

Ex-ministra justificou sua ausência em encontro da Rede com o petista e garantiu que estaria aberta ao diálogo com Lula e Haddad em SP

Foto: Reprodução

Apoie Siga-nos no

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, em entrevista ao jornal O Globo deste domingo 1º, garantiu que ainda está aberta a dialogar com o ex-presidente Lula (PT) para integrar a aliança eleitoral de 2022. Líder histórica do seu partido, Marina estabeleceu ‘condições’ para que as negociações em torno dessa reaproximação se iniciem.

Antes de impor as ‘condições’, a ex-ministra também justificou sua ausência no evento da Rede que oficializou o apoio a Lula. O grupo no partido é liderado por Randolfe Rodrigues que integra a coordenação de campanha do petista. A posição, no entanto, não é unanimidade, o que levou a legenda a liberar seus integrantes a escolherem entre os palanques de Lula ou Ciro Gomes (PDT) em 2022.

“Eu não estava lá não por uma questão de raiva ou mágoa. Nós temos divergências políticas, e as divergências precisam ser discutidas com base em uma agenda programática”, justificou ao se dizer ‘surpresa com a surpresa’ de Lula pela sua ausência. O petista disse no encontro que esperava que Marina estivesse na mesa.

Apesar disso, a ex-ministra reforçou que estaria disposta a voltar a dialogar com Lula, bastando que o petista assumisse compromissos com a agenda programática defendida por ela e seus aliados. Em outra entrevista recente, Marina também elencou o ‘reconhecimento de erros do passado’ por parte de Lula como um ponto facilitador para essa composição.

Eu defendo a Justiça social, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável. É com base nessas agendas que me disponho ao diálogo. Só os autocratas não se dispõem ao diálogo. Estou aberta ao diálogo não em cima de subjetividades, se é raiva ou mágoa. Eu e Lula temos, em várias questões da vida, algumas afinidades e algumas divergências”, defendeu Marina.

Segundo destacou Marina mais adiante, será preciso que ele assuma compromissos firmes, por exemplo, com a agenda ambiental e de sustentabilidade, algo que ele ainda não teria feito.


“Colocar o tema [sustentabilidade] no centro do debate é fundamental. Precisamos focar na recuperação econômica, em gerar renda e emprego, mas com o compromisso na sustentabilidade”, defendeu Marina.

“Compromissos são aqueles que não serão deixados para depois. Ninguém trabalha com a perspectiva do cheque em branco. Esse debate ainda não está posto como deve”, completou a ex-ministra ao relembrar que Lula não abordou o tema no encontro com lideranças da Rede.

A ex-ministra também confirmou ao jornal que já conversa com Fernando Haddad (PT) para integrar seu palanque do ex-ministro em SP. De acordo com Marina, assim como no âmbito nacional, a conversa com Haddad está focando no ‘campo programático’. Pelo estado, ela disputará uma vaga na Câmara dos Deputados.

 

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.