Política

Lula ironiza ameaças de Bolsonaro e diz que o povo dará em outubro ‘um golpe no fascismo’

O ex-presidente participou de cerimônia em Brasília para a oficialização do apoio da Rede Sustentabilidade à sua candidatura

Foto: Ricardo Stuckert
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A Rede Sustentabilidade anunciou oficialmente nesta quinta-feira 28 seu apoio à candidatura de Lula (PT) à Presidência. A cerimônia de formalização da aliança ocorreu em Brasília, com a participação de figuras como o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Luiz Dulci e Aloizio Mercadante.

No evento, a Rede entregou a Lula um documento com sugestões para um programa de governo. Pelos próximos quatro anos, a Rede fará parte de uma federação com o PSOL, que deve confirmar o apoio a Lula no próximo sábado 30.

Em seu discurso, Lula fez graves críticas ao presidente Jair Bolsonaro, condenou a “negação da política” e elencou alguns dos principais desafios de um novo governo progressista, especialmente na economia. O petista também ironizou as reiteradas ameaças do ex-capitão ao processo eleitoral.

Segundo Lula, Bolsonaro “foi eleito presidente com base nas mentiras, no ódio, na provocação, e pensa que vai se reeleger assim”.

“Não vai se reeleger. Bolsonaro vai dar golpe? Vai ter um golpe neste País: dia 2 de outubro o povo brasileiro vai dar um golpe no fascismo e restabelecer a democracia“, disse Lula.

Ele mencionou o cenário de deterioração da economia, com os preços dos combustíveis e dos alimentos em disparada. Também tornou a defender uma mudança na política de preços da Petrobras – hoje, a empresa transfere para o consumidor interno os custos do barril de petróleo no mercado internacional e da cotação do dólar.

“Eu utilizo muito a terminologia de que nós precisamos abrasileirar os preços da Petrobras. A gente produz as peças em real, faz a prospecção em real, o trabalhador ganha o salário em real… Por que o preço tem de ser em dólar? Para dividir 105 bilhões de reais de lucro entre os acionistas, sobretudo os de Nova York.”

Na cerimônia, Lula agradeceu ao comando da Rede pelo apoio na eleição e defendeu a construção de um amplo arco de alianças. Ele citou o endosso de PSB, Solidariedade e PSOL e se disse disposto a ampliar a coligação com setores que vão além da esquerda.

“Nesta eleição, estamos juntando todas as pessoas de esquerda, todas as pessoas de bem, todas as pessoas que acreditam que é possível construir um outro País, para a gente tirar da Presidência da República um cidadão que jamais deveria ter chegado lá, porque ele mente todo santo dia”, prosseguiu. “É uma pessoa que mente inclusive utilizando em vão o nome de Deus. Ele não evangélico, não é católico, é um fariseu. Ele se utiliza da boa-fé de milhões de evangélicos e católicos que votaram nele porque estávamos entorpecidos pela quantidade de mentiras e da negação da política.”

“Estamos de braços abertos para receber todos aqueles que querem recuperar o Brasil para os brasileiros”, finalizou o ex-presidente.

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