Política

Após veto, Molon anuncia que participará de ato com Lula

O PSB levou questão ao coordenador da campanha do ex-presidente, Gilberto Carvalho, que negou existir impedimento ao deputado

Queda de braço. Molon está melhor nas pesquisas, mas o acordo do PSB com o PT prevê a dobradinha Freixo-Ceciliano - Imagem: Sérgio Francês/PSB na Câmara e Alerj
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Após ter seu nome barrado no palanque do ato de 7 de julho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio de Janeiro, o pré-candidato ao Senado Alessandro Molon (PSB) anunciou que irá participar do evento ao lado do petista. A confirmação ocorre após uma reunião em que o PSB levou a questão ao coordenador nacional da agenda de campanha de Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho.

Conforme havia publicado O GLOBO, existia uma articulação para barrar a participação de Molon no evento, de modo que André Ceciliano (PT) fosse o único pré-candidato ao Senado a aparecer ao lado de Lula. Os dois parlamentares protagonizam uma disputa para definir quem irá compor a chapa do ex-presidente e do pré-candidato ao Palácio Guanabara Marcelo Freixo (PSB) no Rio.

Na tarde de quarta-feira, em uma reunião para definir a agenda de Lula durante sua passagem pela capital fluminense, organizada por Gilberto Carvalho, a questão sobre o possível veto foi levantada pelo deputado estadual Carlos Minc (PSB). Participaram do encontro lideranças estaduais do PT, PSB, PSOL, REDE, PV, PCdoB, Solidariedade, além do próprio Molon.

Segundo Minc, antes que as outras lideranças fizessem sugestões sobre a programação do petista na capital fluminense, ele interpelou Carvalho sobre a notícia do veto. Como Molon é presidente estadual do PSB, que indicou como vice Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de Lula, a possibilidade de barrar um dirigente da base aliada no palco havia lhe causado estranhamento.

Carvalho então teria afirmado que não existia um veto da direção nacional do PT sobre a participação de Molon no ato. Segundo Minc, nesse momento o presidente estadual do PT, João Maurício de Freitas, teria dito que os dirigentes fluminenses da sigla nunca fizeram esse veto e que apenas vinham reforçando a necessidade de resolver o imbróglio da questão do Senado, ao exigir que Molon retire sua candidatura em prol de Ceciliano.

— Como o PT não fez nenhum desmentido sobre o caso, não me senti contemplado e questionei mais uma vez o Gilberto Carvalho na reunião. Pedi que ele falasse oficialmente a posição nacional do partido. Ele então disse que não há, nunca houve veto, e que Molon estará ao lado de Lula no palanque — diz Minc.

Ainda segundo o deputado, Carvalho teria dito que o impasse sobre a vaga ao Senado na aliança entre PT e PSB no Rio será resolvida mais adiante. Horas após a reunião, Molon publicou em suas redes sociais uma foto ao lado de Lula e Freixo com a mesma arte e o mesmo slogan (“Vamos juntos pelo Brasil”) que Ceciliano vinha postando.

“Vamos para a Cinelândia no dia 7 de julho mostrar que o Rio de Janeiro não suporta mais o retrocesso! É hora de unir nossas forças para derrotar Bolsonaro e seus representantes: Castro e Romário. Vamos juntos e juntas pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil!”, escreveu o pessebista.

Apesar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já ter decidido que partidos que compõem uma coligação podem lançar mais de um candidato ao Senado, o PT já bateu o martelo de que não abre mão da candidatura única de Ceciliano para o compor a chapa de Lula. Correndo por fora, Molon tenta convencer os petistas com pesquisas de intenção de voto que mostram ele como o candidato da esquerda mais bem colocado.

O racha entre Ceciliano e Molon também se reflete nos partidos que compõem a base de apoio ao ex-presidente Lula. Enquanto PCdoB, PV e Solidariedade apoiam o petista, Rede e PSOL apoiam o deputado do PSB.

 

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