Política
Após TSE barrar grupos golpistas no Telegram, bolsonaristas migram para chat dos anos 90
A determinação do tribunal removeu grupos com mensagens de convocação para as paralisações nas estradas e pedidos de golpe militar
Com a determinação do Tribunal Superior Eleitoral de suspender grupos no Telegram por disseminação de mensagens golpistas e fake news, os usuários começaram a migrar para o ICQ, plataforma de conversa lançada em 1996, ainda com internet discada.
A resolução dá à Suprema Corte o poder de polícia para remover da internet, sem provocação de qualquer parte, conteúdo que considerado pela maioria dos ministros como “sabidamente inverídico” ou “gravemente descontextualizado”.
A norma também autoriza o tribunal a determinar a “suspensão temporária” de perfis ou canais com “produção sistemática de desinformação”.
A decisão do TSE tirou do ar, por exemplo, o perfil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em Facebook, Twitter, YouTube e Instagram. O TSE considerou que as postagens da apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) incentivam “comportamentos ilegais e beligerantes” e teriam potencial de “tumultuar o processo eleitoral”.
Pelo mesmo motivo, o cantor Zezé di Camargo, apoiador de Jair Bolsonaro, teve a conta suspensa. O aviso na página do cantor diz: “Conta suspensa: o Twitter suspende as contas que violam as Regras do Twitter”.
No Telegram, a migração para o ICQ aconteceu com uma mensagem de divulgação do grupo “Avengers Brasil – Todos pelo Capitão” que alega censura e afirma que o novo grupo é isento de “bloqueios”.
Com popularidade nos anos 90, a plataforma de chats foi relançada pela empresa Digital Sky Technology em 2012. Naquele ano, o aplicativo do ICQ chegou a ter 2 milhões de usuários ativos, segundo a companhia.
Segundo o Google Trends, a busca pelo aplicativo teve pico em 2014 e depois seguiu uma linha de crescimento bem abaixo da média. Além disso, o foco de interesse pelo app concentra-se em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
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