Política
Após trocar Mandetta por Teich, Bolsonaro volta a focar em economia e fala em “reabrir comércio”
Presidente diz que pode enviar projeto de lei ao Congresso para redefinir serviços essenciais
No mesmo dia em que trocou Luiz Henrique Mandetta por Nelson Teich no comando do Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro voltou a pregar a reabertura do comércio e pediu para que os governadores repensem o “confinamento” em nome da economia.
“A economia tem que voltar a funcionar. Nós não podemos continuar perdendo milhares de empregos por dia. Então, em um planejamento bastante meticuloso, começar a reabrir o comércio”, defendeu, em entrevista à emissora CNN Brasil.
Bolsonaro reconheceu que a decisão de reabrir o comércio “passa basicamente pelos governadores e prefeitos” e afirmou que, por sua parte, há a possibilidade de enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional para redefinir os serviços essenciais.
Ele acusou ainda o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de estar “enfiando uma faca” em seu governo, por sair em defesa da aprovação de um pacote de socorro financeiro aos estados e municípios, sem contrapartida.
Para Bolsonaro e sua equipe econômica, o pacote vai custar mais de 100 bilhões de reais. No entanto, Maia já afirmou que o cálculo é falso e que, na verdade, o governo federal não quer ajudar estados governados por desafetos como João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ).
Na entrevista, Bolsonaro afirmou que Maia está conspirando contra o Palácio do Planalto e quer atacar a presidência da República em vez de ajudar o país.
“Lamento a posição do Rodrigo Maia. Ele resolveu assumir o papel do Executivo com ataques bastante contundentes à nossa posição”, afirmou. “Qual o objetivo do senhor Rodrigo Maia, resolver o problema ou atacar o presidente da República? Ele quer atacar o governo federal, enfiando a faca no governo federal. Parece que a intenção é me tirar do governo.”
Leia também
Confuso e amedrontado, Bolsonaro apresenta o novo ministro da Saúde e espalha mais mentiras
Por Sergio LirioMandetta se despede do Ministério da Saúde: “A ciência é a luz”
Por Victor Ohana“Foi um divórcio consensual”, diz Bolsonaro sobre demissão de Mandetta
Por Giovanna GalvaniApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.