Política
Após ser ignorado por Bolsonaro, Lira critica ‘radicalismo’ e cita a derrota do ex-presidente em 2022
O presidente da Câmara havia tentado convencer Bolsonaro a apoiar reforma tributária, mas mensagem virtual não foi respondida
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), relembrou a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial de 2022, ao defender a reforma tributária no plenário, nesta quinta-feira 6.
Antes da votação, Lira fez um discurso com críticas ao que chamou de “radicalismo político” e pediu que os colegas vejam a reforma como uma medida de Estado, e não fruto de embates partidários.
“Não nos deixemos também levar pelo que sempre critiquei: o radicalismo político”, afirmou. “O povo brasileiro está cansado disso. As eleições já ocorreram, os vitoriosos como nós estão no poder. Lembro a vocês que o meu candidato que apoiei nas eleições perdeu a eleição presidencial.”
Lira afirmou que a reforma tributária não é “joguete político” nem “instrumento de barganha”, mas uma “pauta de Estado”. Além disso, rechaçou a reclamação de que a proposta tramitou de forma apressada e argumentou que há seis meses uma comissão especial tem trabalhado em um texto.
O presidente da Câmara afirmou ainda que por cinco décadas houve uma demanda não cumprida por uma renovação do sistema de impostos.
A pauta foi tomada como prioridade por Lira. Nos bastidores da Câmara, a impressão é de que ele encara o tema como uma forma de “deixar um legado” no Congresso Nacional.
A matéria também reúne esforços das lideranças que representam o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara. O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) foi coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma tributária.
Bolsonaro, por sua vez, anunciou oposição ao projeto e clamou que apoiadores sigam a sua posição. O próprio governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tentou convencer o ex-capitão a mudar de opinião, mas não obteve sucesso.
Mais cedo, Lira disse ter tentado contato com Bolsonaro para tratar do tema, mas relatou que a sua mensagem virtual ao ex-presidente foi ignorada e que não houve diálogo.
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