Justiça

Após prisões, delegado do caso Marielle será afastado

Motivo oficial é que o delegado, que deve fazer um intercâmbio na Itália, já cumpriu sua missão

(Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil)
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O delegado Giniton Lages, responsável pela investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, será afastado do caso pela Polícia Civil. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Oficialmente, o motivo dado é que ele cumpriu sua missão.

Chefe da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, Giniton Lages foi o responsável pela investigação que prendeu nesta terça-feira 12 o sargento reformado da PM, Ronnie Lessa, e o ex-PM Élcio Queiroz, suspeitos do assassinato de Marielle e do motorista dela, Anderson Gomes.

Em entrevista coletiva, Giniton disse que a prisão dos executores finalizava a primeira parte da investigação. “O caso ainda está em aberto. Estamos entregando a primeira fase, e a segunda ainda está em andamento”, disse o delegado, ressaltando que a investigação para descobrir os mandantes do crime ainda estava em curso.

Segundo o texto de Lauro Jardim, o chefe da Polícia Civil, delegado Marcus Vinícius Braga, indicará na semana que vem o encarregado da segunda etapa da investigação, centrada em descobrir quem mandou matar a vereadora e o motorista.

Mais tarde, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) disse, segundo reportagem do G1, que o delegado deixaria a função para fazer um intercâmbio de estudos na Itália. Witzel afirmou que o delegado não será exonerado e que ele foi convidado para um curso de quatro meses fora do Brasil. Ainda de acordo com a matéria do G1, o governador explicou que o Lages estava “esgotado” e que “acumulou muita informação” durante a investigação do caso Marielle.

Revelações

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Aos jornalistas, Giniton confirmou que a filha do sargento reformado da PM, Ronnie Lessa, que efetuou os disparos, namorou o filho mais novo de Jair Bolsonaro. Lessa e Bolsonaro são vizinhos no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde o acusado foi preso.

Em entrevista, Bolsonaro colocou em dúvida o trabalho feito pela polícia e o Ministério Público na prisão do sargento reformado Ronnie Lessa e do ex-policial Élcio Vieira de Queiroz. “Espero que realmente a apuração tenha chegado de fato a quem foram os executores, se é que foram eles, e a quem mandou matar.”

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