Ao menos dois deputados federais entraram com recursos no Ministério Público Federal e no Tribunal de Contas da União para apurarem a pressão do governo federal em fazer com que a rede pública de Manaus (AM) utilize cloroquina e ivermectina, que não têm comprovação científica contra a Covid-19, no tratamento da doença.
Na terça-feira 12, em comunicado enviado à prefeitura da capital do Amazonas, a pasta pediu autorização para visitar as Unidades Básicas de Saúde destinadas a pacientes infectados pelo coronavírus “para que seja difundido e adotado o tratamento precoce como forma de diminuir o número de internamentos e óbitos decorrentes da doença”.
Em ofício ao TCU, Alexandre Padilha (PT-SP) pede que sejam tomadas providências cautelares “para que o Ministério da Saúde se abstenha de fazer a recomendação a estados e municípios”.
“No momento em que países já começaram o processo de vacinação da sua população é estarrecedor que o Ministério da Saúde tenha apresentado apenas um arremedo de Plano Nacional de Vacinação, e continua empenhando recursos públicos de grande vulto para oferecer medicamentos que não possuem eficácia científica comprovada contra a Covid-19.”, escreveu Padilha. “Inadmissível tamanha irresponsabilidade com os recursos públicos”, acrescenta.
Já Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciou, pelo Twitter, que irá tomar medidas junto ao MPF. “Em vez de providenciar agulha, seringa e calendário de vacinação, Pazuello está pressionando a prefeitura de Manaus a distribuir cloroquina e ivermectina na rede pública. Até ronda nos postos de saúde o ministro quer fazer”, escreveu.
Em vez de providenciar agulha, seringa e calendário de vacinação, Pazuello está pressionando a prefeitura de Manaus a distribuir cloroquina e ivermectina na rede pública. Até ronda nos postos de saúde o ministro quer fazer. Vamos acionar o Ministério Público Federal.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) January 12, 2021
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