Política

Após operação da PF, Moro alega que declaração de Lula ‘incita violência’

O ministro da Justiça, Flávio Dino, avalia por sua vez ser ‘vil, leviana e descabida qualquer vinculação desses eventos com a politica brasileira’

Lula e Sergio Moro. Fotos: Miguel Schincariol/AFP e Evaristo Sá/AFP
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O senador Sergio Moro (União-PR) criticou nesta quarta-feira 22 uma declaração do presidente Lula (PT) contra ele e alegou que esse tipo de discurso incitaria a violência. 

Trata-se de uma menção indireta a um trecho da entrevista concedida na terça 21 por Lula à TV 247. Ao relembrar os 580 dias em que esteve na Superintendência da PF em Curitiba (PR), o petista descreveu o sentimento que nutria em relação a Moro, responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba no ápice da Lava Jato.

“De vez em quando um procurador entrava lá de sábado, ou de semana, para visitar, se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores e perguntavam: ‘tá tudo bem?’. Eu falava: ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’”, disse Lula.

Em entrevista nesta quarta à GloboNews, Moro classificou a declaração como “infeliz”.

“Quando o presidente faz esse tipo de ofensa, ela acaba incitando a violência contra outras pessoas”, alegou. “Eu fiz o meu trabalho na época na Operação Lava Jato, mas nunca de reportei de forma ofensiva ou utilizando palavrões contra o atual presidente.”

Após a repercussão da entrevista concedida por Lula e diante de tentativas de ligar as declarações aos planos de ataques criminosos contra Moro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, repudiou a politização das investigações.

Segundo o ministro, “é vil, leviana e descabida qualquer vinculação desses eventos com a politica brasileira”.

Moro apresentou nesta quarta um projeto de lei que pretende aumentar a segurança de magistrados, promotores e policiais envolvidos no combate ao crime organizado e criar um arcabouço para punir os casos de planejamento de atentados contra autoridades públicas. 

“Como nós vimos hoje, a polícia agiu, vão ser punidas na força da lei, mas a legislação de hoje não pune o planejamento. Precisa esperar o crime começar para ela começar a agir”, argumentou. “Vamos suprir essa lacuna. Já falei com o presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco sobre a importância disso e pretendemos falar com o (presidente da Câmara) Arthur Lira.”

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