Justiça
Após operação contra Bolsonaro, Damares diz que Michelle se torna a ‘maior líder da oposição’
Ex-ministra afirma que da “humilhação” imposta à ex-primeira-dama nasceu uma nova liderança para a direita brasileira


Em meio à repercussão da operação da Polícia Federal que impôs toque de recolher e tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) declarou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) emergir como “a maior líder da oposição” no País.
Segundo a senadora, o episódio representa um ponto de virada no protagonismo político da ex-primeira-dama. “Bolsonaro vai se calar, e quem vai nos conduzir neste momento é a maior líder da oposição”, declarou. “O que eu vi hoje? Eu vi nascer da humilhação, da perseguição, a maior líder que essa nação poderia esperar.”
A manifestação ocorreu em coletiva de imprensa no Senado nesta sexta-feira 18, horas depois à ação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Damares também criticou o que chamou de “constrangimento” sofrido por Michelle. “Se era apenas para colocar uma tornozeleira, por que entraram na casa fortemente armados? Por que forjaram dentro da casa dele uma situação de tamanho constrangimento a uma mulher de pijama?”, questionou.
View this post on Instagram
A senadora sustenta que o momento marca o surgimento de uma nova representação feminina para a ala conservadora. “Somos mais de 50% da população brasileira, e eu quero falar com as mães, as mulheres, as donas de casa. Nós vamos nos unir em solidariedade. É uma dona de casa que se tornou a maior líder dessa nação”, disse.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a operação. A ex-primeira-dama não é alvo direto das medidas cautelares, mas estava presente na residência quando os agentes da PF cumpriram o mandado contra o ex-presidente.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Grande dia’ e ‘toc-toc’: Como a operação contra Bolsonaro repercute nas redes
Por CartaCapital
Governo Lula espera reação de Trump após operação da PF contra Bolsonaro
Por Vinícius Nunes