Política
Após nova falta em depoimento, MP fala em quebra de sigilo de Queiroz
Promotores afirmam que investigações não serão interrompidas em virtude de “sumiço” da família de ex-assessor de Bolsonaro
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro emitiu nota afirmando que poderá pedir a quebra de sigilo bancário e fiscal de Fabrício de Queiroz, ex-funcionário do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O anúncio ocorre no mesmo dia em que a esposa e as duas filhas do ex-assessor faltaram em depoimento no MP-RJ, alegando terem se mudado para São Paulo para acompanhar o tratamento quimioterápico de Queiroz.
Diz a nota da promotoria fluminense: “Vale destacar que a prova documental encaminhada pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MPRJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal.”
As provas documentais a que se referem os promotores são as já famosas “transações atípicas” do amigo da família e ex-assessor de Bolsonaro, que mostram que Queiroz movimentou 1,2 milhão de reais no intervalo de um ano, valor não compatível com seus rendimentos. Além disso, o ex-assessor também depositou 40 mil reais (segundo Jair Bolsonaro) na conta de Michele Bolsonaro, esposa do presidente da República.
Leia, abaixo, a íntegra da nota do Ministério Público do Rio de Janeiro.
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“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informa que os depoimentos de Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz, filhas de Fabrício Queiroz e de sua companheira Márcia Oliveira de Aguiar, não ocorreram nesta terça-feira (08/01). De acordo com a defesa, “todas mudaram-se temporariamente para cidade de São Paulo, onde devem permanecer por tempo indeterminado e até o final do tratamento médico e quimioterápico necessários, uma vez que, como é cediço, seu estado de saúde demandará total apoio familiar.”
Como já foi amplamente noticiado, foi sugerida a próxima quinta-feira, dia 10/01, para oitiva do ainda deputado estadual notificado Flavio Bolsonaro que, por força de prerrogativa parlamentar, pode indicar nova data para seu depoimento.
O MPRJ esclarece que a oitiva dos investigados representa uma oportunidade para que possam apresentar suas versões dos fatos e que o não comparecimento voluntário e deliberado reflete, neste momento, uma opção dos envolvidos, sendo certo que o direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário.
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Vale destacar que a prova documental encaminhada pelo COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao MPRJ tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal.
O MPRJ seguirá apurando os fatos de forma reservada e sigilosa, manifestando-se apenas por meio de notas oficiais.”
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