Mundo
Após encontro com primeiro-ministro, Lula anuncia viagem ao Vietnã
Brasileiro irá ao país em 2024 com objetivo de avançar em um acordo entre o bloco ASEAN, do sudeste asiático, e o Mercosul
O presidente Lula anunciou, nesta segunda-feira 25, que aceitou um convite para ir ao Vietnã em 2024. A agenda celebrará os 35 anos do estabelecimento das relações entre o Brasil e o país asiático.
O anúncio desta segunda-feira ocorre logo depois de Lula se encontrar com o primeiro-ministro vietnamita Pham Minh Chinh, em Brasília. Os dois assinaram acordos de cooperação entre os países nas áreas de Educação, Defesa e Agricultura. Os ministros de cada uma das áreas nos respectivos países estiveram presentes no evento.
Segundo explicou Lula, a sua presença no Vietnã em 2024 tem como objetivo aprofundar as relações do Mercosul com os países da Ásia, em especial com aqueles que integram o bloco Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Antes da sua viagem, destacou o presidente, o ministro das Relações Exteriores deve ir à Indonésia para avançar na proposta de cooperação com a região.
“Discutimos o interesse do Vietnã de celebrar um acordo comercial com o Mercosul. Vou levar o tema a nossos parceiros do Mercosul, aproveitando a presidência brasileira e tenho certeza de que avançaremos nessa discussão”, destacou Lula em seu discurso.
“É do nosso interesse aproximar o Mercosul da ASEAN. Somos parceiros de diálogo e o ministro Mauro Vieira deve ir à Indonésia em breve para discutir um plano de ação para a cooperação entre o Brasil e esse bloco”, reforçou pouco mais adiante.
Lula de máscara
Chamou a atenção no discurso de Lula o fato do petista optar por usar uma máscara cirúrgica. A justificativa para o uso do equipamento tem explicação: trata-se, segundo o ministro Alexandre Padilha, de um protocolo padrão antes da cirurgia no quadril, a qual Lula deve ser submetido ao final desta semana.
“É uma orientação médica pré-cirurgia, que o presidente, nos eventos públicos, maiores, possa estar de máscara para evitar qualquer tipo de situação que possa atrapalhar a cirurgia ou mesmo adiar a cirurgia”, explicou Padilha pouco antes do evento. Essa semana, Lula chegou a adiar compromissos em São Paulo e Minas Gerais em uma busca por agendas que exijam menos esforço físico.
O procedimento em questão é para conter as dores no quadril que Lula tem sentido desde a campanha no ano passado. A cirurgia foi postergada ao máximo para que o brasileiro pudesse cumprir uma série de agendas internacionais, que contou com passagens pela Europa, América do Sul e, mais recentemente, Estados Unidos, onde abriu pela oitava vez a Assembleia Geral da ONU.
A cirurgia ocorrerá em Brasília por motivos logísticos, mas será realizada pela mesma equipe do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, com a qual Lula faz acompanhamento. A previsão é de que ele ficará em repouso, por no mínimo uma semana, no Palácio da Alvorada.
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