Política
Após denunciar governo, servidor diz que foi bloqueado em sistema
No sistema estão todos os documentos, contratos e outras informações internas do Ministério da Saúde
O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, diz ter sido bloqueado no sistema interno do Ministério da Saúde. A denúncia foi feita neste domingo 27 pelo irmão do servidor, deputado Luis Miranda (DEM-DF).
O parlamentar usou as redes sociais para mostrar nova conversa com o irmão, em que ele relata ter sido bloqueado no sistema interno no Ministério da Saúde. O deputado acusa o governo de perseguição.
“Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do Ministério da Saúde. Vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder”, destacou o deputado na postagem.
Na imagem divulgada é possível ver a tela de acesso ao sistema com a mensagem ‘Usuário não possui permissões nesse sistema’. Na conversa o servidor diz: “Me bloquearam no SEI”.
Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do @minsaude , vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder…
Meu irmão @guitargtr eu não vou te abandonar. pic.twitter.com/D8JthQBBQg— Luis Miranda USA (@LuisMirandaUSA) June 27, 2021
O SEI é o sistema interno administrativo utilizado pelo governo, é nele que estão todos os processos administrativos, documentação, contratos, normas e outros arquivos de rotina dos servidores.
O governo ainda não se posicionou publicamente sobre o possível bloqueio ao servidor.
Os irmãos Miranda
O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), são os responsáveis pelas denúncias de corrupção e irregularidades no contrato de compra da Covaxin.
Em depoimento à CPI da Covid nesta sexta-feira 25, os irmãos relataram não apenas detalhes da denúncia que teriam feito a Bolsonaro, mas também indicaram o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) como o articulador das irregularidades.
Barros é líder do governo na Câmara e seu nome como articulador do esquema teria sido apontado pelo próprio Jair Bolsonaro. O presidente teria dito que as denúncias eram ‘rolo’ de Barros.
Segundo os irmãos, ao receber as denúncias, o presidente prometeu levar o caso à Polícia Federal, o que não cumpriu.
Na avaliação da CPI, Bolsonaro prevaricou. Uma notícia-crime contra Bolsonaro pode ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias pelos integrantes da comissão.
O caso Covaxin ainda é cercado de outras suspeitas. Corrupção, sobrepreço, desvios de dinheiro e uso de empresas de fachada são apenas algumas das possíveis irregularidades que estão sendo investigadas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.