Política
Após conversa com Kassab, Leite acena com candidatura: ‘Quero ajudar a construir uma alternativa’
O governador gaúcho se encontrou com presidente do PSD em São Paulo para tratar de disputa à Presidência
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), voltou a fazer gestos de aproximação com o PSD nesta terça-feira e disse que tem interesse em “ajudar a construir um projeto nacional”. Leite tem um convite da sigla para voltar à corrida presidencial após a disputa das prévias.
O governador se encontrou nesta manhã com o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, em São Paulo, para discutir uma eventual filiação. Depois, seguiu para um encontro com investidores na Avenida Faria Lima, centro financeiro da capital.
— Um projeto à presidência exige a mobilização de muitas pessoas. É mais do que a definição de um nome. Eu quero ajudar a constituir uma alternativa a essa polarização que está aí — disse Leite ao GLOBO, ao sinalizar que busca o apoio de outros partidos e de setores da sociedade civil para uma eventual candidatura. — Tenho essa disposição (de disputar a presidência) desde que seja um grupo com um projeto constituído para ser algo robusto (…) Tem que ver na sociedade civil quem quer ajudar e participar dessa alternativa, quais são os movimentos e os empresários. É mais que uma questão partidária.
O governador disse que só deve tomar a decisão sobre uma eventual candidatura na semana que vem e que antes pretende ouvir aliados. Leite terá encontros em Brasília nesta tarde com um grupo de apoiadores e ex-presidentes do PSDB. O gaúcho também vai se reunir com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que tem defendido internamente que Leite concorra à reeleição. O governador ainda não conseguiu emplacar um sucessor na eleição ao governo do Rio Grande do Sul. Na quarta-feira, porém, ele voltará a encontrar Kassab em Porto Alegre.
— Conversei com o presidente do PSD (Kassab) e vou a Brasília para ouvir as lideranças do PSDB que estiveram comigo nas prévias. Vamos fazer uma reflexão sobre o cenário eleitoral para que possamos escolher os melhores caminhos. Mas não tem nenhum decisão — complementou o governador.
Instado a falar sobre a situação da pré-candidatura do governador João Doria, que ainda patina nas pesquisas de intenção de voto, Leite disse que vê como de “difícil viabilidade”.
— Eu respeito o governador Doria, que é focado no trabalho e na sua gestão. Teve bons resultados como governador, mas as circunstâncias eleitorais parecem tornar muito difícil a viabilização da sua candidatura em 2022.
Caso seja mesmo candidato, Leite precisa renunciar ao governo até 2 de abril. Uma das condições que ele tem colocado é a necessidade de receber apoio de outros partidos de centro. Não por acaso, trabalha para atrair o União Brasil. Desde as prévias, o gaúcho também estreitou laços com ACM Neto, que é secretário-geral do novo partido.
Um dos seus interlocutores com o União Brasil é o seu secretário de Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato, que preside a legenda no Rio Grande do Sul, e que deve apoiar a sucessão de Leite ao governo gaúcho.
Em outra frente, o governador tem tentado se aproximar da senadora Simone Tebet (MDB-MS) por meio de um dos seus aliados mais fiéis, o ex-presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, Gabriel Souza (MDB-RS). Souza pleiteia apoio de Leite para disputar o governo estadual, mas enfrenta resistência no MDB do Rio Grande do Sul.
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