Política
Anderson Torres vai pedir acareação com militares após ser acusado de fornecer apoio jurídico a plano de golpe
Acusações contra o ex-ministro aparecem em depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas à Polícia Federal; documentos foram tornados públicos por decisão de Alexandre de Moraes
Acusado de fornecer amparo legal à trama golpista discutida no final do governo de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres voltou a negar, nesta sexta-feira 15, participação de reuniões “para tratar de quaisquer medidas antidemocráticas”.
A defesa de Torres afirmou, ainda, que vai solicitar à Polícia Federal uma “nova oitiva ou eventual acareação” com os militares que o acusaram em depoimentos sobre o caso, colhidos pela Polícia Federal.
“O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grave equívoco nos depoimentos prestados”, acrescenta o comunicado.
A nota, assinada pelo advogado Eumar Novacki, foi divulgada após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirar o sigilo de todos os depoimentos colhidos no inquérito sobre a articulação pró-golpe de Estado após as eleições de 2022.
Ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes foi um dos militares a implicar Torres. Na oitiva à PF, ele relatou que o ex-ministro da Justiça era responsável por dar suporte jurídico a Bolsonaro nas discussões das minutas do golpe.
Os depoimentos que tiveram o sigilo quebrado nesta sexta-feira:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Antonio Carlos de Almeida Baptista Junior, tenente-brigadeiro e ex-comandante da Aeronáutica
- Marco Antonio Freire Gomes, general e ex-comandante do Exército
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Amauri Feres Saad, advogado
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Bernardo Romão Correa Neto, coronel dos Kids Pretos, força de elite do Exército
- General Braga Netto, ex-ministro da Defesa
- Cleverson Ney Magalhães, coronel
- Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário
- Estevam Cals Teóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
- Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial para assuntos internacionais da Presidência
- Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel
- José Eduardo de Oliveira e Sila, padre
- Laércio Vergílio, general aposentado
- Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva
- Mario Fernandes, general
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa
- Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel
- Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL
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