Alinhado a Bolsonaro, Lira pode acelerar votação do PL da mineração em terras indígenas

'A gente precisa aproveitar para resolver a dependência do Brasil', alega o presidente da Câmara e líder do Centrão

O presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: SERGIO LIMA/AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se reunirá com líderes da base do governo de Jair Bolsonaro e da oposição, nesta terça-feira 8, para discutir a tramitação de um projeto que permite a exploração mineral em terras indígenas.

Não se trata de um timing aleatório. Bolsonaro tem utilizado uma possível escassez de fertilizantes provocada pelo conflito na Ucrânia para defender a mineração nessas áreas. Nesta segunda, ele declarou que a situação no leste europeu criou uma oportunidade para a exploração de terras demarcadas, visando a produção de fertilizantes.

Na última sexta 4, o Ministério do Comércio e Indústria da Rússia recomendou que os produtores de fertilizantes do país suspendam as exportações.

Grosso modo, o Brasil importa 85% dos fertilizantes que utiliza e, desse montante, a Rússia responde por 23%. Além disso, o Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes e o quarto maior consumidor, atrás de China, Índia e Estados Unidos.

É nesse contexto que o ex-capitão amplia a pressão para a Câmara analisar o projeto de lei 191/2020, de autoria do Executivo. Ao G1, Lira disse nesta segunda 7 que “é um tema polêmico, sensível, mas ninguém é dono do subsolo do Brasil”.

“A gente precisa aproveitar para resolver a dependência do Brasil, independentemente da guerra, porque temos uma questão de segurança alimentar”, acrescentou o líder do Centrão ao site.


Um relatório recente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e da Amazon Watch revelou que, se aprovado, o projeto de lei defendido por Bolsonaro poderá levar à perda de 160 km² na Amazônia.

Na semana em que o tema pode avançar para análise em plenário, artistas organizam uma manifestação intitulada “Ato pela Terra – Contra o pacote da destruição”, marcada para a quarta 9, em Brasília.

Um dos artistas mobilizados na convocação para o ato é o cantor e compositor Caetano Veloso.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.