Política
‘Alguns trabalhadores querem voltar ao que viviam antigamente’, diz Bolsonaro sobre Lula
‘Eu peguei o Brasil com sérios problemas éticos, morais e econômicos. E querem voltar ao que era antes?’, disse o ex-capitão no cercadinho do Alvorada
O presidente Jair Bolsonaro usou boa parte de seu diálogo com militantes no cercadinho do Palácio da Alvorada, na tarde desta segunda-feira 17, para exaltar o suposto caráter técnico de seu ministério e para criticar o apoio popular ao ex-presidente Lula, líder das pesquisas sobre as eleições de outubro.
Ao atacar o que considera erros dos governos Lula, o ex-capitão afirmou que, apesar disso, “alguns trabalhadores querem voltar ao que viviam antigamente”.
“Deus nos salvou do socialismo. Agora, garotada que em grande parte apoia (Lula), não sabe o que foi esse governo aí”, disse Bolsonaro a seus apoiadores. “Eu peguei o Brasil com sérios problemas éticos, morais e econômicos. E querem voltar ao que era antes?”
Como de praxe, não recorreu a dados para justificar as acusações, mas alegou que “[com] mais dois anos de PT, se não tivesse o impeachment [em 2016], eu acho que não teria mais retorno”.
Ao rebater as críticas por ter se negado a participar de debates antes do 2º turno das eleições de 2018, evocou o ataque executado por Adélio Bispo, em Juiz de Fora (MG), em setembro daquele ano.
“O pessoal fala: ‘Ah, vai fugir do debate’. Eu estava com uma facada na barriga. Não adianta o cara falar besteira pra mim. O cara pergunta abóbora, eu respondo abacaxi”, disse Bolsonaro nesta segunda.
Mesmo evitando o confronto direto de ideias com Fernando Haddad (PT), Bolsonaro recebeu no 2º turno 57,8 milhões de votos, ante 47 milhões do professor e ex-prefeito de São Paulo.
À época, o então candidato do PSL nadava de braçada nas pesquisas. Em 10 de outubro de 2018, dois dias após o 1º turno, levantamento Datafolha projetou Bolsonaro com 58% dos votos válidos no 2º turno, ante 42% de Haddad. Em 23 de outubro, seis dias antes do 2º turno, o cenário se mantinha. Pesquisa Ibope apontava Bolsonaro com 57% dos votos válidos, contra 43% de Haddad.
Comparecer aos debates em 2018, portanto, teria potencial de prejudicar a campanha do candidato de extrema-direita e pouco poderia ajudá-la. Em 2022, entretanto, o cenário se anuncia com características distintas, e Bolsonaro, ao menos da boca para fora, se dispõe a participar de debates, em especial contra Lula, que lidera a corrida.
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