Política

Algoritmos do Youtube privilegiam entrega de conteúdo pró-Bolsonaro, aponta estudo

Um levantamento do NetLab, da UFRJ, mostra que publicações da Jovem Pan são as mais recomendadas pela plataforma

Foto: Reprodução/Jovem Pan
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Um levantamento do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostrou que os algoritmos do Youtube privilegiam a entrega de conteúdos publicados pela rádio Jovem Pan em prol do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Testes realizados apontam que em 18 visitas-testes, o canal do grupo Jovem Pan foi indicado 14 vezes na página inicial da plataforma de streaming, por vezes com mais de um vídeo sugerido. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Entre os vídeos mais indicados está a entrevista feita pelo programa Pânico com o ex-capitão, no dia 26 de agosto. O vídeo foi recomendado oito vezes, em cinco versões diferentes. Os conteúdos indicados somam 9,6 milhões de visualizações. 

Na entrevista, o presidente tentou desmoralizou o processo eleitoral, sem apontar nenhuma prova de fraude.

Para os testes, o NetLab criou novas contas na plataforma, que acessaram a página inicial em diferentes datas e horários, sempre com o recurso da aba anônima e utilizando uma ferramenta para ocultar o IP do usuário. Com isso, as novas contas ainda não possuíam um rastro digital que poderia influenciar nas sugestões de conteúdo. 

Os conteúdos do grupo Jovem Pan apareceram como primeiro lugar nos sugeridos em 55% das visitas, à frente de outros portais como UOL, Folha, CNNBrasil e Band. 

Além da entrevista com o atual presidente, a plataforma ainda privilegia a recomendação de outros conteúdos que apontam o ex-presidente Lula (PT) como “chefe de quadrilha”. Outros vídeos afirmam existir uma aliança entre o candidato petista e o Supremo Tribunal Federal para interferir nas eleições de outubro. 

Apesar de a plataforma de streaming ter anunciado uma iniciativa para recomendar conteúdos informativos e plurais sobre as eleições, entre os vídeos publicados pelo Jovem Pan, 13 foram rotulados como “falsos” pelas principais agencias de checagem do País. 

Diversos vídeos publicado no Youtube apresentam teorias da conspiração, discursos extremistas ou que geram engajamento com desinformação. 

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