Política

Alertas de desmatamento na Amazônia batem novo recorde em abril

É a primeira vez que os alertas passam de 1 mil km² no período, considerado de baixa atividade madeireira

Alertas de desmatamento na Amazônia batem novo recorde em abril
Alertas de desmatamento na Amazônia batem novo recorde em abril
Parte da floresta amazônica desmatada. Foto: Carlos Fabal/AFP
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Dados do sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira 6, apontam que avisos de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril, maior marca para o período.

“Esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril. Isso é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado “inverno” amazônico, quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece. Antes do governo Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km² até mesmo na estação seca”, alerta o Observatório do Clima. 

Entre os estados que emitiram mais alertas estão o Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia. 

Um levantamento do Observatório do Clima, com base nos dados do Inpe, aponta que, em 12 meses, os alertas chegaram a sinalizar o desmatamento de mais de 5 mil km² de área de floresta. Isso significa um aumento de 2,5% em relação ao mesmo período anterior. É o segundo maior número registrado na série histórica. 

O estudo ainda ressalta que os dois recordes de desmatamento dos últimos anos aconteceram no governo Bolsonaro. 

“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

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