Alckmin monta equipe de transição, mas conserva dúvida sobre PEC para manter auxílio

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) assinou três portarias para a instalação da equipe de transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e formalizou a designação de alguns nomes para o grupo.

Segundo anúncio de Alckmin nesta terça-feira 8, a coordenação da articulação política do gabinete de transição ficará com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; a coordenação executiva, com o ex-deputado federal Floriano Pesaro; e a coordenação do grupo técnico, com o ex-ministro Aloizio Mercadante.

O gabinete terá 31 núcleos técnicos. No campo da economia, Alckmin mencionou os nomes dos pais do Plano Real, André Lara Resende e Persio Arida, do ex-ministro Nelson Barbosa e do economista Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp.

Já na área de assistência social, ficaram designados os nomes da senadora Simone Tebet (MDB-MS), da ex-ministra Tereza Campello, da assistente social Márcia Lopes e do deputado estadual de Minas Gerais André Quintão (PT).

De acordo com o vice-presidente eleito, os dez partidos políticos que estiveram com Lula no 1º turno e as siglas que aderiram à campanha petista no 2º turno ainda devem sugerir outros nomes.

Haverá, ainda, um conselho político formado por Antônio Brito (PSD), Carlos Siqueira (PSB), Daniel Tourinho (Agir), Felipe Espirito Santo (PROS), Guilherme Italo (Avante), Jefferson Coriatec (Solidariedade), José Penna (PV), Juliano Medeiros (PSOL), Luciana Santos (PCdoB), Wesley Diógenes (Rede) e Wolney Queiroz (PDT), além da própria Gleisi Hoffmann, representando o PT.

Alckmin frisou que o desenho da equipe de transição não tem “relação direta” com a nomeação de ministros. Porém, disse que alguns dos designados “podem participar” do corpo ministerial do novo governo.

O vice-presidente afirmou que Lula vê com urgência a obtenção de recursos para garantir o Bolsa Família de 600 reais, com a implementação dos 150 reais para crianças de até seis anos.

Segundo ele, “ninguém é contra” estabelecer a medida. Além disso, sem dar detalhes, ele citou como agendas que não podem “esperar”: a fome, a educação, a saúde e a não interrupção de obras.

No entanto, após questionamento da imprensa, ele não deixou claro se o novo governo obterá esses recursos através de uma proposta de emenda à Constituição ou de uma liberação de crédito extraordinário via Medida Provisória.

Conforme mostrou CartaCapital, a equipe de Lula estuda conciliar os dois formatos para garantir um montante de 175 bilhões de reais em 11 itens. Após uma longa reunião em São Paulo sobre o tema, na segunda-feira 7, não houve uma decisão definitiva. A conclusão ficou para a quarta-feira 9.

Entre esta terça e a quarta, Lula e sua equipe devem realizar encontros com chefes dos Poderes, como Arthur Lira (PP-AL), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, e Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Além disso, haverá reuniões com Celso Sabino (União-PA), presidente da Comissão Mista de Orçamento, e com Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento de 2023.