Política

Advogados saem em defesa do novo juiz da Lava Jato, alvo de Deltan

Grupo Prerrogativas diz ver com ‘perplexidade’ os ataques direcionados a Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba

Advogados saem em defesa do novo juiz da Lava Jato, alvo de Deltan
Advogados saem em defesa do novo juiz da Lava Jato, alvo de Deltan
O novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Foto: Divulgação
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O Grupo Prerrogativas, formado por advogados e membros de carreiras jurídicas, manifestou nesta sexta-feira 10 “perplexidade” com os ataques direcionados ao juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Fernando Appio. Ele é o novo responsável por conduzir os processos nascidos na Lava Jato.

Nas últimas semanas, Appio foi alvo, entre outros, de uma solicitação de afastamento protocolada pelo deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e de um pedido de suspeição apresentado por uma procuradora do Ministério Público Federal.

“Sem nenhum processo julgado até o momento, com sentença decorrente de instrução por ele dirigida, o juiz Eduardo Appio já é vitima de lawfare (uso politico do direito contra inimigos políticos), com a representação, junto ao CNJ, de pedido de afastamento, impedimento e suspeição”, criticou o Prerrogativas.

Os advogados ainda contestam a parcela da comunidade jurídica que se manteve em silêncio e permitiu que “o ovo do arbítrio fosse chocado”, em referência à atuação do ex-juiz Sergio Moro em Curitiba.

“Pensamos que as lições da história têm de ser aprendidas e que possamos dizer: nunca mais. Nunca mais o conluio de juiz com membro do Ministério Público; nunca mais julgamento por convicção e sem prova; nunca mais ‘condeno porque o réu é meu inimigo’. Não. Nunca mais.”

Eduardo Appio afirmou nesta semanaCartaCapital conduzir os trabalhos da Lava Jato com “seriedade”. Ele também disse cobrar da Justiça Eleitoral o andamento dos casos.

“Senão, vão redundar em prescrição, como aconteceu com o caso Banestado, do final da década de 1990, que acabaram praticamente todos com prescrição e arquivados”, declarou o magistrado. “Estou conduzindo as audiências, estamos todos os dias com medidas de cunho sigiloso e, pari passu com tudo isso, a ‘Lava Jato 2.0’ será levada dentro da legalidade e da Constituição. Estamos tentando que a Vara e os trabalhos retomem o trilho da legalidade.

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