Política

Advogados deixam defesa de Élcio de Queiroz após delação sobre assassinato de Marielle Franco

Em nota, a equipe que atendia o ex-PM disse ter sido surpreendida com a colaboração do antigo cliente; na delação, Élcio confessou participação no crime e deu detalhes sobre a morte da vereadora

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Os advogados que faziam a defesa do ex-policial militar Élcio de Queiroz divulgaram, nesta segunda-feira 24, uma nota informando não atuarem mais no caso após a realização da delação premiada do ex-militar na investigação que apura a morte da vereadora Marielle Franco.

O comunicado foi encaminhado pelo escritório Santana & Telles Advogados ao site UOL e diz que a defesa não tinha conhecimento da delação premiada firmada pelo militar com a Justiça. A colaboração firmada pelo ex-PM, diz o texto, ‘feriu de morte’ a relação com os defensores.

“A relação fiduciária estabelecida com o Sr. Élcio Vieira de Queiroz, foi ferida de morte, rompida de modo unilateral pelo Réu, inviabilizando assim a manutenção na defesa técnica, bem como dos poderes que lhe foram outorgados no instrumento mandatário”, diz o comunicado. “Com efeito legal, o causídico subscritor vem apresentar a sua renúncia ao patrocínio da defesa técnica firmada pelo defendente”, encerra a nota encaminhada ao site.

Na colaboração que gerou o fim da relação com o escritório, Élcio de Queiroz confessou participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e deu detalhes do crime. Ele afirmou, por exemplo, que Ronnie Lessa foi realmente o autor dos disparos que mataram a vereadora, qual arma foi usada no crime e onde foram descartadas as munições usadas para o atentado. O delator teria, segundo seu depoimento, pilotado o veículo no dia do crime.

A delação de Queiroz revela também que o mandante do crime teria chegado até Lessa por contatos com outro ex-policial: Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé. Segundo o delator, foi Macalé quem trouxe ‘o trabalho’ para o grupo de policiais. O ex-PM responsável pelo contato com o mandante da morte foi executado, em novembro de 2021, por homens em um carro branco. Os autores da execução não levaram armas, nem documentos que estavam com Macalé.

Outro trecho da delação de Élcio também auxiliou a Polícia a prender Maxwell Simões Correa. Ele é ex-bombeiro e foi apontado como um dos planejadores do ataque contra Marielle. Ele foi responsável, segundo a delação, por fazer a campana e registrar a rotina de Marielle. Depois da morte da vereadora, Suel, como é mais conhecido o militar preso, escondeu armas do crime e dificultou a ação da Justiça. Ele emprestou um carro para Lessa esconder armas e chegou a ser preso e condenado por obstrução das investigações em 2021. Cumpria, até então, a pena em liberdade.

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