Política

‘Acho impossível Bolsonaro tirar a diferença em uma semana’, diz Lula sobre o 2º turno

Dado o nível de convicção de eleitores bolsonaristas, completou o petista, o foco da sua campanha neste segundo turno tem sido convencer quem se absteve no primeiro

Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) declarou, nesta quinta-feira 20, ser ‘impossível’ Jair Bolsonaro (PL) reverter a desvantagem contra ele a 10 dias da eleição. Para ele, mesmo que a margem mostrada atualmente pelas pesquisas esteja mais apertada, o ritmo de crescimento do ex-capitão não será suficiente para alcançar seu desempenho no próximo dia 30 de outubro.

“A eleição está muito parelha, muito disputada, [mas] tem muita gente definida e fica cada vez mais apertado o número de pessoas que a gente tem que convencer a votar”, comentou Lula em coletiva de imprensa antes de um ato no Rio de Janeiro. “Estou certo que vamos ganhar as eleições.”

“No fundo, [mesmo liberando muitos benefícios na véspera da eleição] ele tem ganhado pontos muito lentamente”, prosseguiu. “Tem boato dizendo que a equipe do [Steve] Bannon [ex-assessor de Donald Trump] veio para o Brasil na última semana para ajudar Bolsonaro. De qualquer forma, acho que mesmo assim vamos ganhar as eleições. Acho impossível ele tirar a diferença em uma semana, mesmo contando as mentiras e criando os casos que eles criam”, concluiu um pouco mais adiante.

Segundo esclareceu o petista, dado o nível de convicção de eleitores bolsonaristas, o foco da sua campanha neste segundo turno tem sido convencer quem optou pela abstenção no primeiro turno. A aposta, conta, é, nos próximos 10 dias, convencer essas pessoas a votarem.

“O primeiro objetivo é tentar diminuir o número de abstenção, tentar convencer as pessoas que, se eles votarem estarão contribuindo até para falar mal de quem se elegeu”, explicou Lula aos jornalistas.

Na conversa, Lula também foi questionado sobre a estabilidade e até crescimento de Bolsonaro mesmo após todos os escândalos de compra de imóveis em dinheiro vivo, declarações preconceituosas sobre nordestinos e insinuações sexuais sobre as meninas venezuelanas. Lula, no entanto, disse não saber explicar a determinação dos eleitores do candidato da extrema-direita.

“Nós teríamos que chamar algum dono de instituto de pesquisa para explicar como se explica isso [estabilidade de Bolsonaro]”, ironizou o petista. “A verdade é que nosso adversário tem uma máquina poderosa de contar mentiras”, completou, tentando dar sua visão sobre os números. Atualmente, segundo o Datafolha, Lula tem 49% das intenções de voto, contra 45% de Bolsonaro, uma vantagem de apenas 4 pontos percentuais, 1 ponto a menos do que na rodada anterior.

Por fim, o ex-presidente ainda celebrou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral em fornecer direito de respostas a ele no tempo de TV que seria destinado a Bolsonaro. “Foi uma decisão muito importante para nós tirar o tempo de mentira de Bolsonaro na televisão…porque foi por isso que ele perdeu, fake news e coisa inverossímil…e poder utilizar e quem sabe conversar com trabalhadores”, comentou o petista.

Nesta quinta-feira, Lula segue em caminhada pelo Rio de Janeiro, onde deverá encontrar apoiadores em São Gonçalo e Padre Miguel. Na sexta, o ex-presidente cumpre agendas em Minas Gerais e retorna para São Paulo, onde também estão previstos atos neste fim de semana.

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