Política

Abin mostra à CPMI como influenciadores digitais estimularam e lucraram com o 8 de Janeiro

Em outro documento entregue à comissão, a agência se debruça sobre a participação de extremistas em grupos do Telegram

Foto: Marcelo Camargo/ABR
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A Agência Brasileira de Inteligência enviou relatórios à CPMI do 8 de Janeiro nos quais aponta o impacto de influenciadores digitais na invasão das sede dos Três Poderes, no início de 2023.

Conforme os documentos, revelados nesta segunda-feira 10 pelo jornal Folha de S.Paulo, os influencers fortalecem narrativas, canalizam queixas e ressentimentos pessoais e coletivos em críticas políticas contra governos e instituições, estimulam a polarização e incitam outras pessoas à violência.

Entre os citados pela Abin, estão:

  • Adriano Luiz Ramos de Castro, ex-participante do Big Brother Brasil que participou da invasão no 8 de Janeiro e transmitiu ao vivo a ação pelo YouTube;
  • O vereador de Planaltina de Goiás Genival Fagundes (PL), que também exibiu ao vivo e in loco os ataques golpistas; e
  • Elaine Helena Roque, responsável por retransmitir e analisar ao vivo em seu canal os atos bolsonaristas.

Vídeos e canais foram desativados, mas geraram faturamento aos influenciadores, acrescentou a Abin à CPMI. O canal de Fagundes, segundo estimativas da agência, teria gerado no mínimo 135 mil reais.

Em outro documento entregue à comissão, a Abin se debruça sobre a participação de extremistas em grupos do Telegram. Um deles, inspirado no movimento ucraniano que levou à queda do governo em 2014, “atualmente está inativo, mas seu grupo de Telegram tem servido de reduto para indivíduos extremistas violentos, que frequentemente tentam formar grupos paramilitares”, diz o ofício.

Procurado pelo jornal, Genival Fagundes afirmou acompanhar manifestações em Brasília desde 2019 e alegou que “em nenhum momento” imaginou “que haveria aqueles atos de vandalismo”. Adriano Castro e Elaine Roque não foram localizados.

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