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Empacado nas pesquisas e perigando ser derrotado no primeiro turno, Bolsonaro aposta todas as fichas na difusão em massa de fake news

Imagem: Isac Nóbrega/PR
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Em meados de setembro, viralizou nas redes sociais um vídeo em que os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, expõem o resultado de uma pesquisa eleitoral na qual o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, estaria liderando as intenções de voto com 46%, na frente do ex-presidente Lula, do PT, que teria 31%. As vozes dos dois jornalistas são praticamente idênticas às originais, a leitura labial idem, mas as informações são falsas. A adulteração foi possível graças a uma técnica com base na Inteligência Artificial que deu origem ao chamado deepfake. Esse recurso deve ser a bala de prata de Bolsonaro para tentar reverter a grande desvantagem eleitoral e angariar votos na reta final da campanha, uma aposta para levar a ­disputa para o segundo turno.

De fato, lançar mão da desinformação parece ser a última cartada do ex-capitão, uma vez que não deram certo a farra com dinheiro público para turbinar o Auxílio Brasil, a redução do preço dos combustíveis nem a derrama de recursos para atender ao orçamento secreto, iniciativas claramente eleitoreiras. A tentativa de demonizar Lula junto ao eleitorado evangélico também teve efeito limitado. Da mesma forma, o projeto golpista de Bolsonaro não angariou força suficiente para se consolidar, restando-lhe apenas a mentira ou meias-verdades como alternativas.

Os deepfakes emergem como nova ameaça nas eleições deste ano

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