Justiça

A resposta de Bolsonaro a Moraes para evitar prisão preventiva

O ministro proibiu o ex-presidente de utilizar as redes sociais, direta ou indiretamente

A resposta de Bolsonaro a Moraes para evitar prisão preventiva
A resposta de Bolsonaro a Moraes para evitar prisão preventiva
Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro em julgamento no STF em 25 de março de 2025. Fotos: Rosinei Coutinho/STF e STF/AFP
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A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira 22 ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que o ex-presidente não descumpriu as medidas cautelares impostas na última sexta 18.

Na noite da segunda-feira 21, Moraes deu 24 horas para o ex-capitão esclarecer um possível descumprimento da ordem de não utilizar redes sociais, sob pena de prisão preventiva.

Apesar da restrição, Bolsonaro foi na tarde de segunda à Câmara dos Deputados, onde exibiu sua tornozeleira eletrônica e proferiu, segundo Moraes, um “discurso para ser exibido nas plataformas digitais”.

Horas antes, o magistrado havia emitido uma decisão para esclarecer que a proibição inclui transmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em perfis de terceiros, “não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida”.

Essa ordem, de acordo com a defesa de Bolsonaro, “vai muito além da proibição de utilização de redes sociais”.

“É notório que a replicação de declarações por terceiros em redes sociais constitui desdobramento incontrolável das dinâmicas contemporâneas de comunicação digital e, por isso, alheio à vontade ou ingerência do embargante”, sustentam os advogados Celso Vilardi, Paulo da Cunha Bueno e Daniel Tesser.

O argumento é que pode ocorrer a retransmissão de uma entrevista nas redes sem a participação direta ou indireta do entrevistado, “que não pode ser punido por atos de terceiros”.

“Se a proibição envolve transmissão ou transcrição de entrevistas, o embargante, na prática, está proibido de concedê-las, posto que ninguém tem controle sobre a forma de sua divulgação, a não ser, e apenas incialmente, o próprio jornalista.”

Os advogados solicitam, por fim, que Moraes esclareça “os exatos termos” da decisão que proíbe o uso de redes sociais e diga se vigora também uma vedação a entrevistas.

“De toda forma, em sinal de respeito absoluto à decisão da Suprema Corte, o embargante não fará qualquer manifestação até que haja o esclarecimento.”

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