Política

A nova leva de políticos ‘raiz’ que vão compor o ministério de Lula

O petista teve de pensar na formação de sua Esplanada sem enfraquecer demais sua base – ainda em construção – no Congresso

Foto: Evaristo Sá/AFP
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Entre os 16 ministros anunciados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira 22, estão algumas figuras conhecidas do mundo político. O petista teve de pensar na formação de sua Esplanada sem enfraquecer demais sua base – ainda em construção – no Congresso Nacional.

Há exemplos de senadores eleitos que sequer chegarão a tomar posse na Casa Alta, como Camilo Santana (PT). Governador do Ceará por dois mandatos, entre 2015 e 2022, ele se formou em Agronomia pela UFC e obteve o título de mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma universidade. Camilo chefiará o desafiador Ministério da Educação.

Outro senador eleito que irá direto para o governo é Wellington Dias (PT), o novo ministro do Desenvolvimento Social. Ele foi governador do Piauí entre 2003 e 2011 e de 2015 a 2022. Iniciou a carreira política em 1992, eleito para a Câmara Municipal de Teresina. Também se elegeu deputado estadual, em 1994, deputado federal, em 1998, e senador, em 2010. Dias é formado em Letras pela UFP.

Há, ainda, quem voltará a ocupar um cargo de ministro. É o caso de Luiz Marinho, que assumirá o Ministério do Trabalho. Presidente do diretório paulista do PT, ele já foi prefeito de São Bernardo do Campo, ministro do Trabalho e Emprego, entre 2005 e 2007, e ministro da Previdência Social, de 2007 a 2008. Luiz Marinho foi eleito deputado federal neste ano, mas não assumirá o posto. O petista também tem uma longa história de militância no movimento sindical. Nos anos 1980 e 1990, ocupou diversos cargos relevantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em 2003, foi eleito presidente da Central Única dos Trabalhadores.

Nem só de petistas, porém, viverá o “ministério político” de Lula. Luciana Santos, a presidenta nacional do PCdoB – partido federado com o PT -, chefiará o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Vice-governadora de Pernambuco, ela foi deputada estadual, entre 1997 e 2000, e deputada federal, de 2011 a 2018. Também comandou a prefeitura de Olinda por dois mandatos, entre 2001 e 2008, e a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, de 2009 a 2010. Luciana Santos é formada em Engenharia Elétrica pela UFPE.

Outro experiente aliado a ganhar uma chance na Esplanada dos Ministérios é Márcio França (PSB), responsável pela pasta de Portos e Aeroportos – resultado do desembramento do Ministério da Infraestrutura. Formado em Direito pela Universidade Católica de Santos, ele foi prefeito de São Vicente, de 1997 a 2005. Também tem passagens como deputado federal, entre 2007 e 2015, secretário estadual de Esporte, Lazer e Turismo, de 2011 a 2015, e secretário estadual de Desenvolvimento, de 2015 a 2018. Eleito vice-governador de São Paulo na chapa do então tucano Geraldo Alckmin, em 2014, ele assumiu o governo entre 2018 e 2019.

Petistas também foram contemplados em outras pastas nesta quinta. Cuidará da Secretaria das Relações Institucionais o médico Alexandre Padilha. Ele já chefiou a pasta entre 2009 e 2010, no segundo governo de Lula. Entre 2011 e 2014, foi o ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT). Também trabalhou como secretário municipal da Saúde de São Paulo, entre 2015 e 2016, e exerce atualmente um mandato de deputado federal.

Lula também se lembrou de Márcio Macêdo, o próximo ministro da Secretaria-Geral da Presidencia, cargo de grande proximidade com o presidente da República. Macêdo despachará, inclusive, do próprio Palácio do Planalto. Tesoureiro da campanha de Lula neste ano, ele é vice-presidente do PT e exerceu seu primeiro mandato de deputado federal entre 2011 e 2015. Em abril deste ano, voltou à Câmara após a cassação do mandato de Valdevan Noventa (PL). De 2007 a 2010, foi secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe.

Lula decidiu, por fim, retomar a prática de entregar um ministério para seu vice-presidente. Geraldo Alckmin (PSB) comandará a pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio no novo governo. O ex-tucano foi governador de São Paulo de 2001 a 2006 e entre 2011 e 2018. Ele também foi prefeito de Pindamonhangaba, entre 1977 e 1982, e deputado federal, entre 1987 e 1995.

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