Política

A nova insatisfação na bancada do PSD com o governo Lula

Às vésperas de iniciar um ano eleitoral, os congressistas intensificam as cobranças pelo envio de verbas aos seus redutos

O presidente Lula em reunião com governadores. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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Parlamentares do PSD voltaram a emparedar ministros de Lula (PT) com a ameaça de abandonar a base governista, em uma espécie de resposta ao que consideram indiferença do Palácio do Planalto na liberação de recursos. O recado foi enviado aos ministros André de Paula (Pesca) e Carlos Fávaro (Agricultura), ambos indicados pela legenda, durante uma reunião nesta semana.

Às vésperas de iniciar um ano eleitoral, os congressistas intensificam as cobranças pelo envio de verbas aos seus redutos, com o objetivo de catapultar pré-candidaturas de aliados. A insatisfação, apurou a reportagem, também está relacionada ao orçamento dos ministérios comandados pelo partido de Gilberto Kassab.

Na avaliação de deputados ouvidos sob reserva por CartaCapital, as verbas das pastas não conseguen suprir as demandas dos parlamentares da base e, quando são liberadas, demoram a chegar ao destino final.

Uma das estratégias discutidas para incrementar o orçamento dos ministérios da sigla envolve as emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024. O relatório da LDO está em fase final de construção pelo deputado Danilo Forte (União-CE) e também é visto como uma oportunidade por outros partidos.

Esta não é a primeira vez que parlamentares do PSD levam suas reclamações a representantes do governo Lula. Em setembro, deputados chegaram a emparedar – literalmente – o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para reivindicar cargos no segundo escalão da máquina federal.

Na lista de cobranças está a nomeação do ex-vice-governador do Ceará Domingos Gomes Filho para o comando da Fundação Nacional de Saúde. Outras legendas, como PP, Republicanos e União Brasil, também vislumbram a possibilidade de chefiar a Funasa, conforme mostrou CartaCapital.

A Funasa ainda deve ser recriada. O governo extinguiu a instituição no início do ano, por falta de eficiência na gestão de recursos, mas decidiu retomá-la para acomodar o Centrão. A fundação era vinculada ao Ministério da Saúde e voltada para o combate a doenças e para a atenção ao saneamento básico. Hoje, está sob a chefia interina de um servidor de carreira.

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