Justiça

A nova cartada de Cabral para anular decisões de Moro na Lava Jato

O ministro do STF Dias Toffoli negou o pedido original do ex-governador do Rio de Janeiro

A nova cartada de Cabral para anular decisões de Moro na Lava Jato
A nova cartada de Cabral para anular decisões de Moro na Lava Jato
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Foto: Jason Silva/AFP
Apoie Siga-nos no

A defesa de Sergio Cabral recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do ministro Dias Toffoli de rejeitar a anulação das decisões do ex-juiz Sergio Moro contra o ex-governador do Rio de Janeiro em um processo da Lava Jato.

Na prática, Cabral busca obter uma extensão, em seu favor, de decisões anteriores que reconheceram um conluio entre Moro e procuradores da força-tarefa de Curitiba — foi o caso, por exemplo, de uma ordem benéfica para o empresário Marcelo Odebrecht.

Para Toffoli, contudo, não há relação concreta entre o precedente e o argumento de Cabral. O governador se baseou nos diálogos da Vaza Jato, que fazem parte do acervo da Operação Spoofing.

Segundo o ministro, a causa de demanda de Cabral é “estranha à do precedente invocado, na medida em que os diálogos diretos entre juiz e procurador reproduzidos na inicial dizem respeito apenas ao momento em que seria apresentada a denúncia”.

No recurso, a defesa do político classifica de “equivocado” o fundamento da decisão de Toffoli. A avaliação é que a parcialidade de Moro contaminou todo o processo, não apenas a etapa da denúncia. Não há prazo para o ministro se manifestar.

Moro condenou Cabral a 14 anos e 2 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-governador chegou a ficar preso, mas, desde dezembro de 2022, aguarda em liberdade a análise dos recursos. A principal denúncia da Lava Jato contra ele aponta o recebimento de propina em contratos com empreiteiras relacionados ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Comperj.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo