Política
A nova ‘batalha’ de Carlos Bolsonaro no plenário do STF, após derrota na 2ª Turma
O recurso a ser julgado pela Corte envolve uma queixa por difamação protocolada pelo PSOL contra o extremista


O Supremo Tribunal Federal julgará entre 17 e 24 de novembro um recurso do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) contra uma decisão da 2ª Turma da Corte que determinou uma nova análise, pela Justiça fluminense, de uma queixa por difamação protocolada pelo PSOL.
A legenda apresentou a ação após Carlos divulgar um post nas redes sociais no qual relacionava o ex-deputado Jean Wyllys a Adélio Bispo, autor da facada em 2018 contra Jair Bolsonaro (PL), então candidato à Presidência da República.
A publicação fraudulenta alegava, por exemplo, que uma testemunha teria afirmado que Adélio esteve no gabinete de Wyllys.
Em maio deste ano, a 2ª Turma confirmou uma decisão monocrática do relator, Gilmar Mendes, a determinar que a Justiça do Rio retome o caso.
Inicialmente, o Tribunal de Justiça havia rejeitado a queixa-crime do PSOL. Para Gilmar, porém, a decisão original ignorou aspectos essenciais do processo.
“Examinando todo o contexto já explicitado e, em especial o inteiro teor de todas as mensagens publicadas no Twitter, resta claro que há acontecimento certo e determinado no tempo, sendo possível depreender que, a princípio, a manifestação do recorrido teria extrapolado mera crítica, podendo caracterizar crime de difamação”, anotou o ministro.
O relator reforçou que o julgamento do TJ-RJ se baseou apenas em um tweet e desconsiderou o conteúdo integral da publicação, composta de três mensagens. Quando o post é lido em conjunto, sustentou o ministro, torna-se evidente que Carlos Bolsonaro tentou relacionar o atentado a Jean Wyllys e ao partido.
Gilmar também destacou que, mesmo diante da garantia constitucional da livre manifestação do pensamento, é possível estabelecer limites objetivos para a liberdade de expressão, a fim de inibir infrações penais e atentados contra a honra de terceiros.
Na 2ª Turma, ele foi seguido pelos ministros Dias Toffoli e Edson Fachin. Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados à Corte por Jair Bolsonaro, divergiram, mas foram vencidos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

A tentativa de Lira de ‘subir o sarrafo’ sobre quem pode acionar o STF
Por CartaCapital
Deputados bolsonaristas pedem ao STF investigação contra Janones por suposta fake news
Por Wendal Carmo
STF vai compartilhar com AGU provas contra servidor investigado por 8 de Janeiro
Por CartaCapital