Justiça
A ironia de Moraes sobre acusações de comunismo em julgamento no STF
As declarações ocorreram durante a votação que decidirá se é constitucional a quebra de sigilo do histórico de buscas na internet
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes fez uma brincadeira sobre comunismo na sessão plenária desta quarta-feira 16. Na ocasião, ele comentava o funcionamento da publicidade na internet.
“Falei que queria comprar um carro vermelho e nunca mais parei de receber propaganda. Com certeza, estou sendo grampeado”, disse o magistrado. Na sequência, em tom de piada, o ministro Flávio Dino disse que “carro vermelho já é suspeito, mesmo”.
“Obviamente, em virtude do meu comunismo, eu só consulto carro vermelho, gravata vermelha. Terno vermelho é meio cafona. Então, esse não”, completou Moraes. O ministro é um dos principais alvos de bolsonaristas nas redes sociais e não são raras as publicações que tentam associá-lo ao comunismo.
As declarações ocorreram durante o julgamento em que o STF decidirá se é constitucional a quebra de sigilo do histórico de buscas feitas por um grupo indeterminado de usuários da internet.
O ministro André Mendonça suspendeu a votação com um pedido de vista nesta quarta e, agora, não há uma data definida para retomar o julgamento. Até aqui, o placar para validar o acesso a históricos suspeitos está em 2 a 1.
O Supremo determinará se é legítima a requisição judicial de registros de conexão à internet de um grupo indeterminado para fins de investigações criminais.
O julgamento é motivado por um recurso do Google contra decisões de outras instâncias do Judiciário que autorizaram a quebra de sigilo de todas as pessoas que realizaram buscas na plataforma nos dias anteriores ao assassinato da vereadora Marielle Franco (PL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Moraes manda extraditar investigados pelo 8 de Janeiro que estão foragidos na Argentina
Por CartaCapital
Moraes pede extradição de bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido na Espanha
Por CartaCapital
A projeção de Gilmar sobre o destino dos pedidos de impeachment de Moraes
Por CartaCapital



