Política

A escolha de Lula para o comando do Incra, autarquia responsável pela Reforma Agrária

Aliados disseram a CartaCapital que o presidente bateu o martelo na indicação de Rose Rodrigues, ex-secretária de Agricultura em Sergipe e militante do MST

Foto: Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bateu o martelo e avalizou a indicação de Rose Rodrigues, ex-secretária de Agricultura de Sergipe e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), para o comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A nomeação deve sair nos próximos dias.

A informação foi confirmada a CartaCapital por interlocutores do petista. Em conversa com sindicalistas na quarta-feira 15, durante a visita a Maruim, a pouco mais de 30 quilômetros de Aracaju, Lula atribuiu a demora na nomeação à Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa (PT).

A reportagem apurou que o presidente chegou a se reunir com Rose durante almoço na casa do ex-deputado Luiz Mitidieri, na capital sergipana. No encontro, ambos conversaram sobre os desafios do órgão. A indicação contou com o aval do deputado federal João Daniel, um dos líderes do movimento em Sergipe, e do senador Rogério Carvalho, ambos do PT.

Advogada e assistente social, Rose Rodrigues atuou nas gestões do ex-governador Marcelo Déda (PT) e foi professora substituta do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe. Ela também possui passagens por movimentos sociais ligados à luta do campo, como a Cáritas Diocesana de Propriá.

O Incra, hoje vinculado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, é alvo de disputa entre alas do PT de diferentes regiões do País.

Chefiado interinamente pelo engenheiro Cesar Fernando Schiavon Aldrighi, o órgão tem o objetivo de criar assentamentos rurais para o repasse de terras a trabalhadores em situação de vulnerabilidade.

Sob Bolsonaro, a autarquia foi entregue a lideranças da bancada ruralista e passou por um processo de desmonte, com a paralisação da política de reforma agrária e suspensão da aquisição e desapropriação de terras.

O orçamento do órgão também foi reduzido drasticamente durante o governo do ex-presidente. Em ofício enviado às superintendências regionais, em maio de 2022, o então presidente do Incra relatou um cenário de penúria orçamentária e informou a suspensão de atividades técnicas, como vistorias e supervisões de campo.

Em entrevistaCartaCapital em janeiro, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, afirmou que o governo Lula tratará da mesma forma todos os setores da sociedade, tanto os representantes do agronegócio, quanto os movimentos sociais do campo.

“Todos aqui serão ouvidos, sem preconceito, porque todos são úteis para o Brasil”, declarou Teixeira. “Como não temos preconceito com o agronegócio, não vamos ter preconceito com o MST.”

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