Política

A busca dos partidos aliados por espaço no governo Lula

Logo após a posse do presidente, começaram as negociações entre petistas e líderes partidários

Lula e Rui Costa durante reunião com ministros. Foto: Ricardo Stuckert
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A primeira semana do novo mandato do presidente Lula (PT) não foi suficiente para contemplar partidos aliados em cargos do segundo escalão da gestão federal. O petista, em reunião ministerial na sexta-feira 6, afirmou que o governo deve estar montado até o dia 24 de janeiro.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), após o encontro, disse que vai atender, na distribuição de cargos, todas as legendas que vão compor a base de sustentação do governo no Congresso Nacional. De acordo com o titular da pasta, serão levados em conta critérios políticos e técnicos.

“Não são composições com pessoas diferentes. São composições que buscam pessoas que reúnam as duas qualidades: tenham representação, do peso político no Congresso, e tragam consigo uma capacidade técnica de encaminhar aquilo que é pertinente à sua pasta e à área onde ele vai ser indicado”, afirmou.

Logo após a posse do presidente, começaram as negociações de integrantes do governo e do PT com líderes partidários para definir os nomes dos indicados de siglas como Solidariedade, PV, Avante, PROS e Agir, que faziam parte da Coligação Brasil da Esperança junto com PT, PSB, PCdoB, Rede e PSOL.

Além dos aliados, quadros petistas também ganharão espaço no segundo escalão, que conta com cargos em secretárias de ministérios, empresas estatais e bancos públicos.

Um deles, como adiantou CartaCapital, foi o ex-deputado estadual pelo Rio Grande do Sul Edegar Pretto (PT), indicado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), para a presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Outro foi o ex-governador do Acre Jorge Viana (PT), que ficou com a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex).

No Ministério da Educação, Camilo Santana (PT) anunciou os secretários e os responsáveis por órgãos ligados à pasta. A primeira a ser anunciada foi Izolda Cela, ex-governadora do Ceará, como secretária-executiva, a número 2 do MEC. Além dela, outros 10 foram confirmados.

Ainda estão em jogo agências reguladoras, além dos comandos dos Correios, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).

Parlamentares do PT defenderam que o deputado federal Vicentinho (PT) assumisse o comando dos Correios. À reportagem, o petista admitiu dificuldades já que o Ministério das Comunicações, responsável pela empresa pública, será ocupado pelo União Brasil.

Na coletiva de imprensa após a reunião com ministros, Costa ressaltou que há tempo para as indicações, já que está “no quinto dia útil de governo”.

“Ainda estaremos até o final do mês em um fluxo de nomeação ainda de primeiro escalão das equipes dos ministérios”, disse. “Estamos arrumando a casa e vamos fazer um esforço concentrado para até o final do mês termos as equipes dos ministérios para fazer as nomeações.”

Além do ministro da Casa Civil, as articulações são feitas pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e pelos líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT), e do Senado, Jaques Wagner (PT).

“As conversas estão acontecendo”, disse um interlocutor do Solidariedade a CartaCapital. O partido negocia a presidência do INSS e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Há, ainda, a possibilidade do comando da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

A sigla de Paulinho da Força chegou a ser cotada para o Ministério da Previdência, mas dado o tamanho da bancada optou-se pelo PDT com Carlos Lupi.

O PV admite a preferência pelo Iphan e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Demos o primeiro passo, avaliamos a experiência, as características das pessoas indicadas e o tamanho dos partidos e da presença no Congresso Nacional”, declarou Padilha após Lula anunciar os últimos ministros. “Mas esses partidos [que ficaram de fora] têm quadros competentes e vão ajudar a compor o governo”.

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