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A 15 dias do 2º turno, João Amoêdo declara voto em Lula: ‘algo que nunca imaginei’

Presidente do partido afirma que contra a reeleição de Bolsonaro votará no petista: ‘algo que nunca imaginei’

A campanha de Amoêdo alterou sua prestação de contas após ser procurada pela reportagem
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João Amoêdo, fundador do partido Novo e apoiador de Bolsonaro no 2º turno de 2018, havia sinalizado que anularia na disputa para presidente deste ano, mas decidiu declarar voto em Lula apesar das críticas ao petista.

Em conversa com o Jornal Folha de São Paulo, Amoêdo defendeu que “Os fatos, a história recente e o resultado do 1º turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, levam a conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior [em relação ao Lula]”. Entre os riscos que o fizeram desistir de anular o voto, ele cita a recente declaração do ex-capitão  sobre aumentar a composição do STF.

Para o empresário, em 2018 era ‘inadmissível que um partido envolvido em tantos esquemas de corrupção e que conduziu o País à pior recessão’ pudesse retornar ao poder e votar em Bolsonaro não representava uma opção, mas a falta dela.

Questionado sobre o anúncio, Amoêdo defende que ‘o caminho mais fácil seria não declarar voto, mas seria incoerente com a decisão de participar da vida pública’ e a defesa da política’.

“Nestes quatro anos, regredimos institucionalmente e como sociedade. A paixão e o ódio dominaram o debate político, levando a polarização a níveis inaceitáveis”. O presidente do partido também afirmou que a independência dos Poderes foi comprometida e que o Legislativo foi “cooptado pelo orçamento secreto e as emendas parlamentares” enquanto o STF se tornou alvo de ataques frequentes por parte do presidente e seus aliados.

“Bolsonaro confirmou ser não apenas um péssimo gestor, como já prevíamos, mas também uma pessoa sem compaixão com o próximo. No dia 30, farei algo que nunca imaginei. Contra a reeleição de Jair Bolsonaro, pela primeira vez na vida, digitarei o 13”, justificou em entrevista exclusiva à Folha.

Amoêdo espera ser criticado por membros do partido Novo, mas defende que o estatuto da sigla não prevê restrição ao filiado neste caso e que a liberdade de expressão impera como princípio.

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