Justiça

8 de Janeiro foi meticulosamente preparado por anos de ameaças, diz Barroso

No Congresso, o presidente do STF afirmou não haver espaço para ‘quarteladas, quebras da legalidade constitucional ou descumprimento das regras do jogo’

8 de Janeiro foi meticulosamente preparado por anos de ameaças, diz Barroso
8 de Janeiro foi meticulosamente preparado por anos de ameaças, diz Barroso
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em ato no Congresso sobre o 8 de Janeiro. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, participou na tarde desta segunda-feira 8 do ato Democracia Inabalada, no Congresso Nacional, a marcar um ano dos ataques golpistas de 8 de Janeiro.

Os chefes dos outros Poderes também marcam presença na cerimônia: o presidente Lula (PT) e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, alegou questões familiares e não compareceu.

“A depredação das sedes dos Poderes não foi um fato isolado, não foi um caso fortuito ou um mero acidente de percurso. Foi um ataque meticulosamente preparado”, disse o presidente do STF. “O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas a seus integrantes, ameaças de naturezas diversas e disseminação de ódio e mentiras. Banalizou-se o mal, o desrespeito, a grosseria, a agressividade, a falta de compostura.”

Barroso afirmou ainda não haver mais espaço no País para “quarteladas, quebras da legalidade constitucional ou descumprimento das regras do jogo”.

“Milhares de pessoas aparentemente comuns, insufladas por falsidades, teorias conspiratórias, rancor e sentimentos antidemocráticos, foram transformadas em criminosas, aprendizes de terroristas”, completou.

Pouco antes do evento no Congresso, Barroso comandou uma cerimônia institucional no plenário do STF. Na ocasião, afirmou ter constatado no 8 de Janeiro “as consequências dramáticas da incivilidade, dos discursos de ódio, da desinformação e do sentimento antidemocrático”.

Ele disse também ser necessário punir os envolvidos nos atos golpistas “para desestimular as pessoas de delinquirem”.

“Tratar com condescendência o que aconteceu é incentivar que derrotados da próxima eleição também se sintam no direito de depredar prédios das instituições públicas.”

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