Política
56% dizem ser necessário levar a sério as ameaças golpistas de Bolsonaro, mostra Datafolha
O índice é superior na faixa de 16 a 24 anos; entre brasileiros com mais de 60, há equilíbrio


Uma pesquisa Datafolha realizada nesta semana mostra que 56% dos brasileiros avaliam ser necessário levar a sério as ameaças do presidente Jair Bolsonaro às eleições.
Para 36%, as declarações não terão consequências, enquanto 8% não souberam opinar.
Entre os brasileiros de 16 a 24 anos, o levantamento mostra que 67% defendem levar as ameaças a sério, ante 26% que não veem gravidade. Entre aqueles de 60 anos ou mais, os índices são, respectivamente, de 46% e 45%.
No geral, há um equilíbrio entre os eleitores dos principais candidatos à Presidência. 57% dos que declaram voto em Bolsonaro entendem que as instituições devem se posicionar ante as ameaças, o mesmo percentual dos eleitores de Lula.
O Datafolha entrevistou 2.556 pessoas em 181 cidades entre 25 e 26 de maio. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022.
Ante as reiteradas agressões de Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, afirmou nesta sexta-feira 27 que aceitar o resultado das eleições é algo inegociável. Também voltou a defender o sistema eletrônico de votação.
“O Brasil tem eleições limpas, seguras e auditáveis”, reforçou Fachin em uma palestra a magistrados no Recife (PE). “O acatamento do resultado do exercício da soberania popular é expressão inegociável da democracia pelo respeito ao sufrágio universal e ao voto secreto.”
Na quinta 26, Bolsonaro foi questionado por jornalistas se ele se comprometeria a aceitar o resultado das urnas, mesmo em caso de derrota, mas não respondeu. Disse apenas: “Democraticamente, eu espero eleições limpas”.
O ex-capitão também alegou ser “um direito” lançar dúvidas sobre o sistema eletrônico de votação, sem mostrar evidências que sustentem as insinuações.
“Da minha parte você não vê ataques. Agora, desconfiar é um direito meu. Estou num país democrático. Por que o senhor [Alexandre de] Moraes diz que o candidato que por ventura duvidar da urna eletrônica terá o registro cassado e preso? Quem ele pensa que é?”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘O que está acontecendo?’, pergunta Bolsonaro em live ao comentar o Datafolha
Por CartaCapital
‘Imagino que Bolsonaro não dormiu ontem à noite’, diz Lula sobre o Datafolha
Por CartaCapital
Alckmin ironiza ataques de Bolsonaro às urnas e diz que ‘chegou o tempo de Lula presidente’
Por CartaCapital