Política

1 ano após prisão de Lula, PT dá a Haddad a missão de rodar o Brasil

Liberdade do ex-presidente é o tema principal das viagens que o petista fará ao longo do ano

Haddad na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Foto: Ricardo Stuckert)
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Um ano desde a prisão de Lula e o PT volta a apostar nas caravanas para mobilizar a população. Desta vez, as viagens serão capitaneadas por Fernando Haddad, candidato derrotado nas eleições de 2018. Em primeiro plano, está a liberdade do ex-presidente. De carona, a discussão reforma da Previdência e os (vários) revezes dos 100 dias do governo Bolsonaro.

“Haddad e Manuela tiveram 47 milhões de votos. E se as eleições fossem hoje, com essa decadência do governo, teriam muito mais. Esse ativo político tem que estar a serviço da liberdade de Lula e dialogar com povo brasileiro”, diz Márcio Macedo, tesoureiro do partido e organizador da caravana.

A escolha é repleta de simbolismos. Primeira sem a presença de Lula, a caravana começa justamente na região onde ele esteve pela última vez antes de ser preso — na etapa final de suas viagens sob o selo Lula Pelo Brasil, encerrada antes da hora depois que os ônibus sofreram um atentado a bala no interior do Paraná.

Na ocasião, Lula passou dez dias na estrada, percorrendo 3 mil quilômetros e dezoito cidades. Nesta nova edição, a estrutura é bem mais enxuta: Haddad passou por Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e seguiu por Florianópolis até  desembarcar em Curitiba no domingo 7, dia em que o ex-presidente completa um ano atrás das grades. A equipe da coordenação tem seis pessoas.

Essa caravana é, de fato, a reestreia de Haddad na arena política. Findadas as eleições, ele voltou a dar aulas no mestrado de gestão pública em uma universidade privada de São Paulo. As manifestações, até agora, estiveram mais restritas às redes sociais. Desde o início do ano, Haddad vem usando o Twitter quase que diariamente para ironizar os absurdos do governo Bolsonaro. Outro assunto popular são filmes e séries.

As viagens são um grande ativo político de Lula. Nos anos 70, ele rodou o país para organizar o novo movimento sindical e o PT. Entre 1992 a 1994, já candidato, buscou construir um programa de governo de baixo para cima com as Caravanas da Cidadania.

Além de manter o ex-prefeito paulistano como principal herdeiro político do líder petista, o evento dialoga com um movimento recente de reaproximação do campo progressista. Na semana passada, Haddad lançou junto a Guilherme Boulos (PSOL), Flavio Dino (PCdoB), o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e a líder indígena Sônia Guajajara um manifesto contra Bolsonaro. O PDT de Ciro Gomes não participou, mas dentro da Câmara vem acompanhando a oposição contra a reforma da Previdência.

Macedo conta que a jornada vai se repetir em outras regiões ao longo do ano, duas vezes por mês. As temporadas são curtas, até para não prejudicar a rotina de Haddad na universidade. As próximas agendas, em maio, já têm data marcada: nos dias 10 e 11 e uma outra, nos dias 24 e 25.

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