Sob a égide do medo

A esperança sucumbiu nas eleições deste ano. É o temor que predomina nos dois polos principais da disputa: as campanhas de Bolsonaro e de Lula

Lula e Jair Bolsonaro. Fotos: Ricardo Stuckert e Albari Rosa/AFP

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Medo e esperança, assim como força e consenso, constituem um dos pares antinômicos mais consagrados da atividade política e do exercício do poder. Medo e esperança, por sinal, são dois meios excepcionais de interação humana que visam constituir e exercer ralações de poder. O grande líder político é aquele que sabe usar com maestria e com arte os múltiplos pares antinômicos inerentes ao jogo político e ao jogo do poder. O líder astucioso é aquele que gera medo intencionalmente e, ao mesmo tempo, o supera com as promessas de solução e com a esperança de uma vida melhor. No caso do governante, com medidas práticas e soluções para os problemas.

Alguns analistas chamaram atenção para o fato de que as eleições de 2022 são marcadas pelo medo. O medo está presente em todas as eleições como meio de disputa e, a rigor, na atividade política em geral. O problema das eleições de 2022 é que o jogo do par antinômico praticamente não existe. Tornou-se um jogo unilateral de um predomínio quase absoluto do medo. A esperança, nos seus pálidos aparecimentos, vem recoberta pela capa do medo. O medo predomina nos dois polos principais da disputa: as campanhas de Bolsonaro e de Lula.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 21 de setembro de 2022 14h25
De fato, caro articulista Aldo Fornazieri, a antinomia citada : medo- esperança é o mote dessa campanha presidencial. A antipolítica perpetrada pela Operação Lava Jato de Morp, Dallagnol, MBL, Partido Novo etc que de antipolíticos nada tem, muito pelo contrário, politizaram com a intenção de destruir um partido político, a democracia e o maior líder popular que se produziu nesse país que gerou o Frankenstein Bolsonaro, eis a verdade. Com tudo isso, as massas se desmobilizaram e a luta de classes perdeu a vez da questão de ordem, mas como a esperança está voltando a vencer o medo, agora os bolsonaristas e golpistas de pouco tempo atrás, se desesperam. As forças progressistas estão se reaglutinando em torno de Lula e o ódio e o medo estão sendo combatidos pela esperança de dias melhores. Que após o dia 02 de outubro, o país seja reconstruído, temos, todos nós, muito trabalho a ser feito e o novos governadores, parlamentares e presidente terão novos desafios para reconstruir o que foi destruído e restaurar a dignidade do povo e a soberania do país.

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O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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