Não resta a menor dúvida de que as ações dos ministros do STF e do TSE foram decisivas para conter os arroubos autoritários de Bolsonaro e dos bolsonaristas durante o mandato do ex-presidente. Os ministros foram decisivos nas ações que determinaram as investigações e a prisão dos golpistas de 8 de janeiro. Mesmo que se possa argumentar que eles cumpriram suas funções e deveres, não há como não reconhecer os méritos dos tribunais e dos ministros, principalmente ao se considerar que em outros momentos históricos as instituições do Estado e seus representantes falharam e se omitiram. A sociedade deve ser ainda mais grata aos magistrados ao se considerar que os partidos, inclusive aqueles de oposição a Bolsonaro, e a sociedade civil organizada se mostraram impotentes e incompetentes para combater o golpismo.
Convém lembrar, no entanto, que a história é enfática em mostrar que, quando líderes chegam ao apogeu, aos seus momentos de glória, os riscos que correm são grandíssimos. O maior risco é o da vaidade, que pode levar à arrogância e, muitas vezes, à corrupção. A corrupção pode ser entendida também como corrupção dos princípios virtuosos que ensejaram aquelas ações produtoras da glória e da fama.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login