Opinião
Hora de virar a página
O presidente Lula montou um ministério experiente, representativo e plural. Agora, precisa aprender a lidar com o desastroso legado de Bolsonaro e criar uma agenda positiva
O golpe frustrado de 8 de janeiro, a crise militar e a tragédia dos Yanomâmis foram acontecimentos que se impuseram pela sua gravidade sobre outras pautas, que mereciam e merecem um debate público neste início do terceiro governo Lula. Mesmo reconhecendo a prioridade dos fatos citados, penso ser conveniente introduzir outros pontos no debate.
O primeiro ponto a ser constatado é que o governo começou com certo déficit democrático. A campanha do primeiro turno iniciou com determinada composição, definida por um conjunto de diretrizes programáticas. Na verdade, os programas de governo dos candidatos tiveram pouca relevância. No segundo turno, Lula ampliou o leque de alianças, tendo Simone Tebet como a mais notória figura dessa ampliação. Programaticamente, pouco mudou em relação a primeiro turno. Finalmente, a composição ministerial foi ainda mais ampla, agregando partidos e setores de partidos que formalmente não apoiaram a candidatura Lula.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.