Frente Ampla

Eles apostam no medo e no caos. Nós, na paz e na democracia

Seguiremos firmes em nossas atividades políticas. Não pausaremos nossas ações. Não sairemos das ruas

A deputada Jandira Feghali (Foto: Agência Câmara)
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Em 1976, Elis Regina cantava e alertava: “Por isso, cuidado, meu bem. Há perigo na esquina”. Nesses 46 anos de lá para cá, restauramos a democracia em nosso país e lutamos para garantir respeito ao Estado Democrático de Direito. Infelizmente, desde o golpe que apeou a presidenta Dilma Rousseff, andamos pela sombra que o fascismo e a extrema-direita fazem sobre nós.

O caso de Marcelo Arruda, assassinado no último sábado enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos, é revoltante, desolador e cruel. O guarda municipal foi morto a tiros por uma pessoa que reagiu à sua aberta, democrática e legítima militância no PT e de apoio ao presidente Lula. Diante de um cenário como esse, eu pergunto: onde vamos parar?

O assassino é admirador de Jair Bolsonaro, defende nas redes sociais o uso de armas de fogo e se revela completamente intolerante à diferença de pensamento. Segue cego à orientação de aniquilar o adversário. Em nota, a Liderança da Minoria da Câmara dos Deputados repudiou o episódio e afirmou que “entre as ações para coibir a violência, a punição à conduta de Jair Bolsonaro deve ser prioridade. Não é possível que uma pessoa investida da responsabilidade institucional e constitucional de promover a paz entre os brasileiros seja o maior incitador à violência política no país e se manifeste neste sentido praticamente todos os dias”. Sua responsabilidade é visível!

Bolsonaro, seus filhos e seus apoiadores estão apostando no caos e no medo. Enquanto vivem o temor de serem enxotados do poder, trabalham arduamente para que a violência incentivada por eles gere desordem; para que as pessoas se intimidem; para que elas percam o que há de mais bonito no processo eleitoral, que é o direito à manifestação pública e o direito livre de escolha; para que se encolham e não formem as amplas correntes de opinião, de solidariedade e de amor ao povo e ao Brasil. Bolsonaro e os seus apostam na tragédia para que a repressão se justifique e que o uso da força se sobreponha. Para que o autoritarismo seja demandado por parcelas da sociedade.

Nós não entraremos na armadilha desse confronto. Eles tentarão em vão criar esse ambiente. Não lutaremos com armas de fogo. Lutaremos com amplitude. Invocamos o papel central das instituições brasileiras: Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Ministério Público, entidades da sociedade civil nacionais e internacionais, movimentos sociais, comitês populares de luta de bairros e quem mais quiser se juntar em defesa da democracia e da paz nas eleições. É preciso deixar claro que violência é crime e que incitá-la também é. E que a lei deve ser aplicada a todos, doa a quem doer, pois ninguém está acima dela. Queremos um Brasil pacífico.

O assassinato de Marcelo Arruda não pode ser só mais um crime. Precisa acender todos os alertas para o reforço da segurança no pleito deste ano. Temos assistido vários atentados com características terroristas no Brasil e todos vindos do mesmo lado.

Em junho, um drone jogou um produto químico sobre as pessoas que esperavam por Lula em Minas Gerais. No início de julho, um projétil perfurou a janela da sede do jornal Folha de S.Paulo. Ainda neste mês, o juiz que autorizou a operação que terminou na prisão do ex-ministro da Educação e de pastores teve seu carro atingido por fezes, ovos e terras em Brasília. E na última semana, no Rio de Janeiro, uma bomba caseira com detonador e fezes foi lançada sobre a multidão aguardava o presidente Lula. Nada disso é aceitável e não pode ser relativizado. Todos esses atos são de ataque e muito perigosos e precisam ser investigados e punidos

Seguiremos firmes em nossas atividades políticas. Não pausaremos nossas ações. Não sairemos das ruas.

O que plantarmos hoje será colhido amanhã. “É preciso estar atento e forte”, pediram Caetano e Gil. De olho nas sementes que germinarão nos próximos meses, relembro um verso do Pablo Neruda: “Minha fé em todas as colheitas do futuro se afirma no presente”. Protegeremos HOJE o processo eleitoral brasileiro. Reforçaremos HOJE a importância das urnas eletrônicas. Defenderemos HOJE a democracia e a paz. Não recuaremos. Não daremos nenhum passo atrás. Há um lindo futuro que nos espera no dia 2 de outubro de 2022.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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