Democracia convalescente

O STF conseguiu conter o avanço da violência extremista, mas a solução do problema está nas mãos da sociedade civil

O STF merece reconhecimento por ter afastado a ameaça golpista – Imagem: Rosinei Coutinho/STF

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Vivenciamos, com o bolsonarismo, uma severa fragilização dos direitos fundamentais, uma degradação institucional sistêmica, um esvaziamento dos espaços e dos sentidos da democracia, e até mesmo da própria relação de pertencimento à sociedade. Medo, ódio, ressentimento, decepção, raiva e angústia foram capturados através de narrativas autoritárias e legitimadoras da imposição de mecanismos de segregação e violência, em prejuízo da pluralidade e da tolerância.

O bolsonarismo desenhou-se através de inéditas e desafiadoras formas e discursos que, não por acaso, culminaram com o ataque à democracia brasileira de 8 de janeiro de 2023. Os poderes constituídos da República foram, sem precedentes na nossa história, desafiados por atos de violência que visaram, para além de mero inconformismo com o processo eleitoral que elegeu o presidente Lula, implementar um golpe de Estado e abolir o nosso Estado Democrático de Direito.

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1 comentário

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 30 de dezembro de 2023 13h47
Esse pessoal do governo passado é partidário da “democracia relativa” de Ernesto Geisel, uma democracia para poucos eleitos, materializando o “elitismo democrático” de que fala José Afonso da Silva. O ex-presidente e sua caterva sonhavam em voltar à Constituição outorgada de 1969, de tristíssima memória, filha dileta do AI-5. Era dentro DESSAS “quatro linhas” que o ex-presidente queria jogar. Nunca aceitou - para os outros, claro! - o rol de direitos fundamentais da atual Constituição, pois atrapalhavam os seus planos de retorno aos anos 1970, com todas as suas mazelas.

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O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

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