Debaixo do tapete

O afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara de Curitiba visa eliminar o contraponto aos desmandos da Lava Jato

O juiz federal Eduardo Appio. Foto: Divulgação/JF-PR

Apoie Siga-nos no

O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, berço da Lava Jato, foi afastado cautelarmente pela Corte Especial Administrativa da Corregedoria Regional da Justiça Federal da 4ª Região no âmbito de determinada investigação disciplinar. A garantia constitucional de inamovibilidade foi subtraída por meio de uma sanção extremamente drástica e sem oportunidades do exercício dos elementares direitos constitucionais à ampla defesa e contraditório.

O expediente disciplinar possui finalidades distintas daquelas que devem conduzir o exercício de um dever-poder disciplinar. A atuação jurisdicional do magistrado Eduardo Appio ocorria como contraponto crítico ao lavajatismo. As indisposições locais nasceram aí. O que podemos chamar de caso Appio, em conjunto com uma maior transparência sobre os produtos da Operação Spoofing nos últimos dias, levantou fortes indícios de práticas ilegais e criminosas da Lava Jato nos últimos anos.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

ricardo fernandes de oliveira 17 de junho de 2023 14h34
A partir do momento em que o próprio juiz appio se declara lulopetista, ele deveria se afastar do caso por suspeição. Qualquer juiz com ligação política contra ou a favor de lula não deveria ser o juiz desse caso
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 18 de junho de 2023 23h01
De fato o juiz Eduardo Appio foi vítima de um arbítrio político-jurídico sem precedentes na história do judiciário brasileiro. O princípio constitucional da inamovibilidade do magistrado foi conspurcado de forma desairosa para não dizer criminoso pela tal Corte Especial Administrativa da Justiça Federal da 4ª Região. Esse pessoal não tem limites, por isso que entendemos como um sujeito simplório como Sérgio Moro e outro messiânico como Deltan Dallagnol agiram tão descaradamente por tanto tempo, além de angariarem tanto prestígio junto aos meios de comunicação e de parte da sociedade mais alienada. Por trás deles havia uma cobertura de uma estrutura mais poderosa que referendavam e corroboravam com seus abusos autoritários. Sabemos que existem muito mais coisas, que a ponta do grande Iceberg está sendo desvendada, pois os escândalos de extorsões das delações premiadas, compras de testemunhas dentre outras ilicitudes para angariar dinheiro e montar um esquema bilionário no judiciário e da tal Força Tarefa que pretendia se utilizar do judiciário para um projeto político e por em prática no Brasil o extremismo a fim de desrespeitar a própria Constituição Federal a serviço do capital financeiro, grupos alienígenas e projetos políticos pessoais de muitos agentes envolvidos nessa lamentável trama. Que o juiz Appio reassuma suas funções de magistrado para o bem da justiça e do Estado Democrático de Direito.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.