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Zelensky anuncia ‘ações contraofensivas’ misteriosas da Ucrânia

As autoridades ucranianas estão sendo ambíguas sobre sua estratégia, mas os militares russos relatam ataques há seis dias, alguns com equipamentos fornecidos por países ocidentais foram avistados

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: Sergei Supinsky/AFP
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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou neste sábado 10 sobre “ações contraofensivas” de seu Exército no “front”, mas se negou a dar detalhes do grande ataque que está sendo preparado há meses por seu Estado-Maior.

As autoridades ucranianas estão sendo ambíguas sobre sua estratégia, mas os militares russos relatam ataques há seis dias, alguns com equipamentos fornecidos por países ocidentais foram avistados, principalmente contraposições no sul da Ucrânia.

Estão sendo realizadas ações contraofensivas e defensivas na Ucrânia, das quais não vou falar em detalhe”, declarou Zelensky, em entrevista coletiva.

“Tem que ter confiança nos nossos militares, e eu tenho confiança neles”, afirmou.

Zelensky havia sido questionado sobre as declarações, ontem, do presidente russo, Vladimir Putin, de que a grande contraofensiva ucraniana para repelir as tropas de Moscou já havia começado.

Putin afirmou, no entanto, que o Exército ucraniano não atingiu “seu objetivo” e sofreu perdas significativas. “Todos os esforços de contraofensiva até agora fracassaram, mas o regime de Kiev continua tendo um potencial ofensivo”, disse ele.

Depois de elogiar, na noite de sexta-feira, o “heroísmo” dos soldados ucranianos, envolvidos em “duros combates”, o presidente ucraniano pediu neste sábado que não se dê crédito às declarações de Putin.

As autoridades ucranianas parecem minimizar a importância dos combates, mas o Exército russo descreveu, em seu relatório diário deste sábado, ataques de forças de Kiev nas regiões de Zaporizhzhia (sul) e de Donetsk (leste), e também perto da cidade devastada de Bakhmut, também no Leste.

Tanques destruídos

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo mostrando uma coluna de tanques e veículos blindados de fabricação ocidental destruídos. Segundo a instituição, as imagens foram feitas em Donetsk.

O porta-voz do Comando do Leste do Exército ucraniano, Serguii Cherevati, informou neste sábado, em declaração a uma televisão, que as tropas ucranianas conseguiram avançar 1.400 metros ao redor da cidade de Bakhmut depois que a Rússia reivindicou sua captura em maio.

Na frente diplomática, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em visita a Kiev neste sábado, culpou a Rússia pela destruição da reserva hidrelétrica de Kakhovkva, no sul da Ucrânia, na terça-feira passada. A catástrofe causou a inundação de dezenas de cidades e vilarejos às margens do rio Dnieper.

“Não temos dúvidas de que a destruição da represa é uma consequência direta da decisão da Rússia de invadir o país”, declarou Trudeau ao lado de Zelensky, sem acusar Moscou, diretamente, pela explosão que destruiu a barragem.

Em um vídeo, o líder ucraniano criticou as organizações internacionais que “não conseguiram formar e enviar uma missão de resgate no território ocupado”. Ele também criticou “outros atores internacionais” que “não se atrevem a fazer declarações claras e fortes para condenar este último crime de guerra russo”.

Até agora, ambos os lados se acusaram mutuamente pela ação.

De acordo com o último balanço do Ministério ucraniano do Interior, cinco pessoas morreram nessas inundações, e 27 foram declaradas desaparecidas nas áreas sob controle ucraniano. As autoridades de ocupação russas relataram, por sua vez, pelo menos oito mortes.

A população foi retirada de ambas as margens do rio Dnieper onde, segundo o balanço ucraniano, há 78 cidades inundadas, 14 delas em território ocupado.

Também no Sul, a cidade portuária de Odessa, às margens do Mar Negro, foi atacada por drones ao amanhecer, deixando três mortos e 26 feridos, segundo as autoridades locais.

Do outro lado do “front”, a Rússia prometeu, neste sábado, adotar medidas de represália, após a decisão da Islândia de fechar sua embaixada em Moscou. Foi o primeiro país a tomar essa decisão desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022. Reykjavik afirmou que a decisão não implica, contudo, a ruptura das relações diplomáticas com Moscou.

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