O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, propôs nesta quarta-feira 27, durante seu discurso no Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, uma reunião entre os presidentes americano, Donald Trump, e venezuelano, Nicolás Maduro, para tentar encontrar uma saída pacífica para a crise, segundo informações da agência France Presse.
Arreaza afirmou que o presidente Maduro “está pronto para o diálogo… mesmo com os Estados Unidos”. O primeiro aceno de Maduro para o encontro entre os dois veio na semana passada, em mensagem endereçada a Trump, onde afirmou que “seu governo é composto por gente com que se pode falar e negociar” e que espera “um diálogo franco, direto, cara a cara.” No final de semana, porém, em um discurso inflamado para uma multidão em Caracas, o presidente venezuelano chamou Trump de monstro e fantoche, além de apontar que a comida oferecida como ajuda humanitária era “podre”
ONU
Ao subir no plenário da Nações Unidas, Arreaza viu mais de sessenta delegações, entre elas a do Brasil, dar de costas e sair do local. Isso não impediu que o enviado de Maduro de reforçar que a crise que assola a Venezuela é provocada pelo embargo econômico, controlado por forças externas ao país.
“Este conselho de direitos humanos deve levantar a voz porque o bloqueio contra as medidas coercitivas unilaterais da Venezuela viola a Carta da ONU. Chega de tanta agressão”, disse. “Por que não uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Maduro?”, continuou, reafirmando que os Estados Unidos estão se aproveitando de uma “falsa ajuda humanitária para invadir seu país.”
A Venezuela é hoje uma dos territórios mais abundantes em petróleo. A iniciativa de deixar a sala de reunião enquanto o chanceler venezuelano discursava foi comandada pelo Grupo de Lima, que reconhece apenas Juan Guaidó como presidente interino.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login